Rodrigo Drysdale, Vistage: «Em Portugal, as lideranças têm enorme potencial de crescimento»

Os líderes em Portugal precisam de «desenvolver a mentalidade de crescimento, a gestão de relacionamentos e a estratégia a longo prazo», bem como serem mais «abertos à mudança e terem um pensamento criativo e de abundância». Isso passa pela formação e desenvolvimento contínuo das suas competências humanas. Quem o afirma é Rodrigo Drysdale, que lidera uma organização mundial que junta – e apoia – CEO e líderes empresariais.

 

Por Tânia Reis

 

Três décadas de experiência internacional nas áreas de Marketing, Vendas e Retalho, mas também de Coaching e Mentoria executiva, em que passou por países como Brasil, Países Baixos, Inglaterra e EUA, levaram Rodrigo Drysdale (que vive em Portugal desde 20161) a assumir o cargo de liderança da Vistage. Actualmente, conta com mais de 45 mil membros e está presente em 35 países, Portugal incluído.

A Human Resources foi tentar perceber que líderes temos em Portugal, como se comparam com os de outras geografias e que características são importantes desenvolverem.

 

Com três décadas de uma carreira internacional em áreas como Estratégia, Marketing, Vendas e Retalho, quais as maiores mudanças que experienciou? E quais destacaria no mundo do trabalho?
Em primeiro lugar, destaco a transformação digital, a globalização e os canais de comunicação, do físico ao online. Para ter uma ideia, no início da minha carreira ia fisicamente ou usava o fax para aprovar campanhas publicitárias! Depois, acrescento ainda a mobilidade das pessoas pelo mundo, os smartphones, as redes sociais e a mudanças de hábitos e propósitos geracionais.

 

Geriu três empresas e liderou equipas em diversos mercados. Que desafios encontrou?
Encontrei desafios multiculturais e comportamentais em cada país, no entanto, na essência, as pessoas são as mesmas. Mas aprendi muito com chefes e colaboradores de nacionalidades e mercados diferentes. Tornei-me mais aberto, flexível, adaptável, empático e acostumado à mudança.

 

Vive em Portugal desde 2016, mas já passou por países como Brasil, Países Baixos, Inglaterra e EUA. Além das óbvias diferenças culturais, que características destaca de cada realidade empresarial?
Trabalhei em multinacionais em quatro países, mas as culturas empresariais eram semelhantes. Obviamente, as pessoas da América do Sul são diferentes das do Norte da Europa. Por exemplo, na gestão do tempo, eficácia, criatividade, sociabilidade, calor humano, estes três últimos principalmente nos países latinos.

 

Quais os pontos fortes de Portugal?
Nos pontos fortes identifico o respeito, é um país amigável, pacífico, as pessoas são bem-educadas e abertas ao mundo.

 

E os pontos fracos?
Não gosto de generalizar sobre nenhuma cultura, mas em Portuga há casos de conservadorismo, burocracia e medo de falhar, o que impede maior crescimento e audácia nas decisões e nas mudanças empresariais.

 

Actualmente, quais identifica como as principais necessidades dos líderes?
Nos dias de hoje, as principais necessidades passam por serem mais estratégicos e menos operacionais, mas também pela atracção e motivação dos seus colaboradores, sem esquecer o tema do equilíbrio de vida pessoal e profissional, e, claro, serem mais produtivos e eficazes.

 

Vários estudos têm indicado que a maioria dos líderes nas empresas, incluindo as lideranças intermédias, não têm as competências necessárias para responder aos desafios, actuais e futuros. Concorda?
Acho que, a certo nível, todos têm competências, porém devem evoluir mais e continuamente, de forma a obterem novas competências, tão necessáriaspara um mundo cada vez mais VUCA [volátil, incerto, complexo e ambíguo].

 

Leia a entrevista na íntegra na edição de Março (nº. 159) da Human Resources, nas bancas.

Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

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