«São as pessoas que fazem as empresas ágeis.»
Joana Queiroz Ribeiro, directora de Pessoas e Organização da Fidelidade, faz notar que «o contexto em que vivemos hoje em dia exige-nos uma capacidade de adaptação e flexibilidade a que não estávamos habituados». E comenta os resultados da 26.ª edição do Barómetro Human Resources.
«O contexto em que vivemos hoje em dia exige-nos uma capacidade de adaptação e flexibilidade a que não estávamos habituados. É por isso relevante sublinharmos, dos resultados do Barómetro, a consciência que existe sobre a importância das empresas serem cada vez mais ágeis ou, dito de outra forma, a consciência que existe de que ainda não podemos dizer que as nossas empresas são ágeis. Igualmente relevante é percebermos destes resultados que sabemos as implicações que esta agilidade vai ter nas empresas. É muito importante que não caiamos na tentação de desvalorizar a realidade que vivemos hoje. Sempre foi importante termos capacidade de resposta, de sermos flexíveis e de decidirmos rapidamente. Mas não nos enganemos, o contexto é outro, a velocidade também e as exigências do mercado, marcadas, entre outras coisas, pela diversidade de clientes, também são bem diferentes de outros tempos. Vai haver sempre âncoras que não nos deixam avançar como gostaríamos, aliás como se vê, mais uma vez, nos resultados em análise. A legislação laboral pode até ser uma delas, mas não será a única, e aquilo que nos é pedido é que sejamos suficientemente ágeis a “levantar essas âncoras”, ou que não nos deixemos ficar presos por elas. Não poderão ser a desculpa para não avançarmos, porque os nossos clientes não querem saber disso. Quando falamos de tudo isto, importa não nos esquecermos de que são as pessoas que fazem as empresas ágeis. A agilidade assume uma importância relevante quando falamos de garantir as competências certas, de garantir o funcionamento das organizações com colaboradores de gerações diferentes, de gerir a diversidade nas equipas, de ter a capacidade de responder às diferentes expectativas dos colaboradores, de criar a consciência nos colaboradores da necessidade de aprendizagem contínua, de reter o talento e de garantir a passagem do conhecimento e a sucessão. E podia continuar aqui a listar todos os desafios que existem nas organizações, para que possamos ver gráficos diferentes quando falarmos de agilidade nas organizações, mas vou falar só de mais um, a liderança. A capacidade que tivermos para liderar esta transformação internamente vai determinar o nível de agilidade que vamos conseguir. Os líderes vão ter um papel predominante nesta transformação e também eles vão ter de ser ágeis a tomar consciência desse papel.»
Este testemunho foi publicado na edição de Abril da Human Resources, no âmbito do XXVI Barómetro.