Sector da construção despede 10 mil colaboradores por mês
O Sindicato dos Trabalhadores da Construção afirmou que o número de despedimentos no sector já ultrapassou os 100 mil.
«O desemprego neste momento não pode ser científico. Não posso dizer que há apenas 90 mil trabalhadores, pois há mais 10 ou 15 mil que trabalhavam para empresas e que não faziam descontos e não têm direito ao subsídio de desemprego», afirmou o presidente do sindicato, Albano Ribeiro à Lusa.
O sindicalista referiu que a situação real aponta para 115 mil trabalhadores desempregados, um ritmo que tem vindo a agravar-se desde Janeiro deste ano. «O ritmo [de despedimentos] que começou, a partir de Janeiro, era de 8 mil trabalhadores a saírem para o desemprego. Neste momento, o ritmo de despedimentos mensal é de 10 mil trabalhadores», mencionou Albano Ribeiro.
Relativamente ao número de empresas do sector, o representante do Sindicato disse que «desaparecem cerca de 30 [empresas] por dia». Albano Ribeiro falava aos jornalistas à porta do Ministério da Economia, em Lisboa, onde uma centena de trabalhadores da construção, vindos do Porto, se manifestou esta tarde.
O presidente do Sindicato trazia consigo uma proposta para apresentar a Álvaro Santos Pereira, na qual defende que o Governo deve destinar cerca de 5 mil milhões de euros do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) para o sector da construção.
De acordo com o relatório mensal promovido pela FEPICOP — Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas, citado pelo jornal “Público”, o número de desempregados oriundos do setor da construção inscritos nos centros de emprego totalizou os 97.874 no final de Agosto.