Sem investigação e conhecimento em Portugal não há competitividade, diz ministra da Coesão

Portugal só poderá ser um país desenvolvido se houver uma aposta na investigação e no conhecimento, que deverá ser transferido das academias para as empresas, defendeu a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

 

«Consideramos que não há desenvolvimento sem conhecimento, sem investigação, se não apostarmos e não investirmos nas nossas instituições de ensino superior, nos nossos centros de conhecimento e entidades de interface. Nunca seremos um país desenvolvido se a nossa marca não for a de sermos competitivos, com empresas de base tecnológica e com actividade baseada em conhecimento», salientou.

Ana Abrunhosa marcou presença na cerimónia de assinatura do acordo de parceria entre a Universidade de Coimbra (UC) e a empresa Empowered Startups, para cooperação na atracção de investidores internacionais em actividades de investigação e desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia.

Na sua intervenção, a ministra da Coesão Territorial assinalou a importância deste tipo de parcerias, que faz com que as empresas nasçam logo globais. No seu entender, as instituições de ensino superior têm um papel essencial enquanto formadores das novas gerações e «catalisadores de mais e melhor conhecimento», mas são, acima de tudo, «responsáveis pela transferência desse conhecimento para fora dos muros da Academia», permitindo que ele chegue à sociedade e possa ser aplicado nas empresas.

«E isto não é só para os sectores de ponta, é verdade para todos os sectores: é verdade para os sectores tradicionais, para a agricultura, para a floresta, para todas as indústrias, para o serviço. Isto é uma verdade que é transversal a todos os sectores de actividade», sustentou.

Também o director de parcerias e projectos em Portugal da Empowered Startups, Francesco Berrettini, destacou o papel destas parcerias para os empreendedores com quem trabalham, deixando o compromisso de ajudarem a atrair investimento e pessoas qualificadas, para que daí possam nascer «novas empresas com potencial global».

Já o reitor da Universidade Coimbra, Amílcar Falcão, apontou que o acordo celebrado com a Empowered Startups vem ao encontro de uma das missões da Universidade de Coimbra, que passa pela «transferência de conhecimento para a sociedade». «Somos uma universidade de referência, com elevado número de patentes e muitos projectos capazes de criar valor. E acredito que esta parceria pode trazer frutos bastante positivos para todas as partes», acrescentou.

Amílcar Falcão mostrou-se ainda preocupado com a taxa de emigração dos jovens formados portugueses, que «fora do país são muito bem aceites». «Primeiro temos de fazer com que não saiam e depois fazer com que regressem. Isso consegue-se com estas parcerias», concluiu.

Fundada em 2009 em Vancouver, no Canadá, a Empowered Startups tem como missão ligar o trabalho das universidades com o mundo empresarial, ajudando investigadores e empreendedores a comercializar a inovação. Desde a fundação, já apoiou mais de 2.600 empreendedores e contribuiu para a criação de mais de 450 ‘startups’ em vários continentes.

Em Portugal desde 2019, o objectivo da empresa é o de atrair para o país profissionais altamente qualificados, com experiência no empreendedorismo e capacidade para liderarem negócios e investirem em projectos de investigação científica. Em Fevereiro de 2023, a empresa entregou ao Governo uma Carta de Compromisso onde prometeu atrair dez milhões de euros e 150 empreendedores para Portugal até 2025.

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