Será que reagimos melhor aos rostos na “vida real” ou através do Zoom? Este estudo responde
Todos os dias, centenas de milhares de pessoas em todo o mundo sentam-se em frente ao computador para trabalhar, aprender e divertir-se.
Durante a pandemia a interação social tornou-se equivalente a interagir com outras pessoas usando aplicativos como o zoom. Todos nós nos familiarizamos em ver colegas, professores e amigos em pequenas janelas de vídeo, com cada rosto ocupando o seu próprio pequeno portal através do qual reconhecemos quem eles são e o que estão a sentir.
Mesmo com o desconfinamento as videochamadas não vão acabar tão cedo. Como o Zoom veio para ficar, podemos perguntar-nos se interagir com outra pessoa através do ecrã do computador é o mesmo que interagir com essa pessoa pessoalmente.
Num estudo publicado no Journal of Neuroscience, um grupo de neurocientistas sediados na Alemanha procurou responder a esta pergunta.
Os investigadores estavam particularmente interessados em saber se o cérebro trata os rostos que só foram vistos num ecrã da mesma forma que trata os rostos de pessoas que foram vistas pessoalmente.
Para responder a essa pergunta, os cientistas primeiro pediram aos participantes da pesquisa que se familiarizassem com pessoas que não conheciam.
Os participantes aprenderam a reconhecer essas novas pessoas vendo fotos, assistindo a vídeos ou interagindo pessoalmente. De seguida foram submetidos a um EEG, capaz de medir a actividade eléctrica no cérebro através de elétrodos colocados no couro cabeludo. Para determinar como o cérebro responde aos rostos que aprendeu recentemente, a actividade cerebral foi medida enquanto os participantes viam fotos das pessoas com as quais se familiarizaram durante a primeira parte da experiência.
O nosso cérebro produz um pequeno aumento de actividade cerca de meio segundo depois que um rosto familiar aparece.
Os investigadores descobriram que essa actividade cerebral era relativamente pequena para rostos que o participante tinha visto anteriormente em fotos, era maior para rostos que tinha visto num vídeo e era maior para rostos que o participante tinha visto pessoalmente.
Assim, os cientistas concluíram que o cérebro cria uma representação mais forte dos rostos que viu pessoalmente do que daqueles que foram vistos apenas num vídeo ou numa fotografia.
Parece pois que embora as videochamadas tenham sido uma substituição necessária para as reuniões durante a pandemia, nada substitui ver as pessoas no mundo real.