Só 16% dos especialistas em Inteligência Artificial são mulheres
Dados da rede social profissional LinkedIn, relativos à União Europeia, revelam que, como em muitas outras áreas tecnológicas, as mulheres representam apenas uma pequena fatia dos profissionais que trabalham com tecnologia associada à Inteligência Artificial (IA).
De acordo com o relatório, o talento especializado em IA está concentrado num pequeno número de países e sectores e é dominado por homens, factores que acarretam uma série de riscos, nomeadamente equipas menos produtivas. As mulheres respondem por apenas 16% da força de trabalho na área de IA.
«A menos que esse desequilíbrio seja falado, a Europa corre o risco de ampliar o fosso digital e deixar um número significativo de países e sectores para trás no sentido da digitalização da nossa economia e sociedade», alerta o documento, numa referência à necessidade de colocar a IA ao serviço dos negócios.
A ficar para trás na corrida, a Europa emprega menos do dobro dos recursos humanos qualificados, na área do IA, em comparação com os Estados Unidos. Ainda assim, os dados do LinkedIn são animadores: através de programas de formação, o Velho Continente poderá duplicar a sua actual força de trabalho em IA.
O mesmo estudo dá conta de que o talento não está distribuído uniformemente pela Europa, com três países a representar metade de todo os especialistas em AI da UE: Reino Unido (24%), Alemanha (14%) e França (12%). Faz também notar que, ao contrário dos Estados Unidos, onde as empresas recém-criadas são as primeiras a adoptar tecnologia avançada, na UE é justamente o oposto: as empresas mais bem estabelecidas no mercado são as primeiras a aderir a tecnologia associada a IA.
Sue Duke, vice president, head of Global Public Policy and Economic Graph Team no LinkedIn, lembra que as preocupações sobre a IA não são de agora, referindo-se às declarações feitas pela Comissão Europeia de que «em breve» Bruxelas vai definir regras a aplicar na UE para criar uma «abordagem coordenada» entre os Estados-membros e que tenha igualmente em conta a protecção dos dados dos europeus. Fonte oficial desta instituição europeia revelou à agência Lusa que as regras visam «avanços científicos, preservar a liderança das empresas da UE, melhorar a vida de todos os cidadãos europeus e ainda facilitar o diagnóstico e os cuidados de saúde e aumentar a eficiência na agricultura».
Para Sue Duke, a alfabetização digital e as competências tecnológicas devem integrar os programas escolares. Ao mesmo, os Governos devem financiar estratégias educacionais inclusivas para aumentar a igualdade de género na área tecnológica.