Sofre de FOGLO? Descubra como combater esse sentimento no trabalho!
Há uma nova tendência a assombrar o mundo empresarial. Chama-se FOGLO – Fear of Getting Laid Off e, tal como o nome indica, consiste no medo de ser demitido.
Por Marco Gouveia, consultor e formador de Marketing Digital, CEO da Escola Marketing Digital
Este sentimento surge não só da instabilidade do mercado e da falta de oportunidades de promoção, como também de uma má comunicação por parte das empresas.
Perante este clima instável, é natural que a preocupação com o posto de trabalho aumente. Mas esta tendência não deve ser encarada de ânimo leve, pois tem um grande impacto na saúde mental dos colaboradores, levando a níveis de stress elevados e à queda da produtividade.
Segundo a Forbes, os trabalhadores norte-americanos estão mais preocupados em perder o emprego nos próximos quatro meses do que estiveram em qualquer momento dos últimos dez anos. Além disso, a satisfação geral com o trabalho e a remuneração também estão em queda. De acordo com um estudo da BambooHR, os níveis de felicidade rastreados de 57.000 trabalhadores norte-americanos caíram desde a pandemia.
O fenómeno acontece em especial para quem trabalha na área da tecnologia. Porquê? Com a evolução da Inteligência Artificial e dos processos automatizados, as funções tradicionais são mais facilmente postas em causa, criando uma fonte de preocupação para os trabalhadores.
Seja com medo da demissão ou devido à infelicidade no trabalho, a percentagem de empregados à procura de um novo emprego aumentou 28,4% no último mês, segundo uma pesquisa do New York Fed. O estudo demonstra ainda que, como as taxas de contratação e os salários estão em queda, os candidatos estão até dispostos a aceitar um salário inicial menor no novo emprego do que há quatro meses.
Contudo, o FOGLO não traz só coisas negativas e há formas de combater este sentimento. Para alguns profissionais, este medo tem um efeito positivo, que os motiva a investir na sua formação e diversificar as suas habilidades de forma a aumentarem o seu valor de mercado.
Neste sentido, se também sofre de FOGLO, aconselho a não se deixar levar pela preocupação e a olhar para este desafio como uma oportunidade de crescer a nível pessoal e profissional.
Como? Para começar, a actualização é fundamental!
O mercado de trabalho está em constante mudança, por isso, deve manter-se actualizado sobre os temas e as ferramentas da sua área e sobre as novas tendências, acompanhando notícias e pessoas relevantes do seu nicho. Investir em formação contínua também é muito importante para acompanhar a evolução do mercado e crescer enquanto profissional.
Além disso, se quer ter mais controlo sobre o seu futuro, pode investir num negócio próprio, que pode começar como uma fonte de rendimento extra e evoluir para um projecto full-time, se assim o desejar ou tiver essa necessidade no futuro.
Para combater esta tendência é também importante criar uma boa rede de contactos e procurar estar presente em formações, palestras e comunidades da sua área para aumentar as oportunidades de networking.
Por outro lado, se tem uma empresa e quer evitar que os seus colaboradores sofram de FOGLO, também há várias acções que pode, e deve, tomar.
Procure ter uma comunicação aberta e clara sobre os objectivos da empresa, planos de carreira, segurança dos cargos e no feedback que passa aos colaboradores. Aposte em medidas que promovam o bem-estar e valorizem os trabalhadores, de forma a melhorar o clima organizacional, fortalecer o vínculo com a empresa, aumentar a produtividade e diminuir a rotatividade.
Em suma, o FOGLO não é apenas sobre o medo de perder o emprego. É uma tendência que surge de um clima instável e que nos vem lembrar da importância de investirmos em nós próprios enquanto profissionais e de cuidarmos dos nossos colaboradores, de forma a garantir o bem-estar pessoal e o sucesso da empresa.