Super Bock: «Acreditamos no valor de estarmos juntos»

A Comunicação Interna é fundamental no Super Bock Group, como forma de promover o envolvimento dos colaboradores com a empresa e com as marcas que representa.

 

No Super Bock Group, a estratégia de Comunicação Interna tem vindo a adaptar-se a uma nova realidade onde o digital ganha cada vez mais espaço e a presença das pessoas nos escritórios é menos relevante. João Gomes, Mónica Barbosa e Renata Magalhães, da equipa de Cultura Organizacional, Comunicação interna e Bem-Estar do Super Bock Group, explicam à Human Resources o que está em causa na comunicação Interna dos dias de hoje e quais os mecanismos para que esta funcione a cumpra os seus objectivos junto do seu público-alvo.

Qual é a importância que a Comunicação Interna tem para o negócio do Super Bock Group?
Mónica Barbosa (MB): Creio ser fundamental! Já o era no passado, como factor essencial do envolvimento dos colaboradores com a empresa e com as marcas. Mas viu a sua importância reforçada no contexto actual. Um contexto marcado por novos modelos de trabalho, pela dispersão geográfica das equipas, por desafios ao nível da atracção e retenção de talento, da diversidade e inclusão, por uma atenção crescente aos temas da saúde, do bem-estar e da construção de locais de trabalho saudáveis. Neste contexto de mudança, uma comunicação interna oportuna e clara é um veículo essencial de alinhamento e sustentação do compromisso dos colaboradores com empresa, com a nossa cultura e com o negócio. E no Super Bock Group esta é a nossa realidade.

Que estratégia será seguida este ano na forma de comunicar com os colaboradores?
MB: Os tempos que atravessamos levam-nos necessariamente a mudanças e adaptações. Um dos maiores desafios que se coloca hoje, designadamente à comunicação interna, é a necessidade de “reduzir o ruído” e atenuar a “sobrecarga” de informação que tem por destinatários os colaboradores. Estes são elementos activos no processo, têm pouco tempo, múltiplos estímulos e preferências individuais. Por isso, teremos de ir progressivamente colocando a tónica numa certa “personalização” da comunicação interna, com canais e conteúdos “à escolha”, mas garantindo consistência e transversalidade. Este é um dos nossos desafios. Estamos num processo de revisão das nossas plataformas, de adaptação de conteúdos e procurando formatos mais actuais que nos permitam ir ao encontro dessas preferências.

A crescente preocupação do SBG com a saúde e o bem-estar leva-nos igualmente à necessidade de dar maior foco a estas temáticas, tendo em vista a promoção de um ambiente de trabalho saudável, com estilos de vida equilibrados e maior harmonia entre a vida pessoal e profissional. Por esse motivo, a integração, numa única estrutura, das valências de Comunicação Interna, Cultura Organizacional e Bem-Estar faz, no nosso caso, todo o sentido.

Quais os grandes desafios que poderão surgir este ano no que diz respeito à Comunicação Interna?
Renata Magalhães (RM): Uma das características do nosso negócio, e que constitui um desafio permanente, é a dispersão geográfica dos nossos colaboradores e as diferentes realidades que temos. A existência de vários centros de produção e plataformas logísticas, equipas comerciais e de assistência técnica dispersas no território nacional ou em mercados externos, a possibilidade de trabalho remoto para algumas funções, são factores que exigem estratégias diferentes de comunicação. A diversidade geracional apresenta-se, também, como outro grande desafio. Temos, neste momento, equipas que agregam várias gerações, com especificidades e expectativas distintas, e isso obriga-nos a pensar em formas diferentes de comunicar para sermos abrangentes na implementação. Aliás, a afirmação crescente das questões relacionadas com a diversidade, evidencia também o papel essencial da comunicação interna no fortalecimento de uma cultura de inclusão.

Como tem vindo a evoluir a forma como a empresa comunica com os colaboradores e a que desafios tiveram de dar resposta no último ano?
RM: Tínhamos uma comunicação interna muito assente em plataformas mais adaptadas ao trabalho presencial, e a pandemia veio obrigar-nos a tirar mais proveito da tecnologia e a reinventar a forma como nos conectávamos e nos mantínhamos próximos. O programa de onboarding foi disso um exemplo, com a implementação do “Start SUPER”, em que utilizamos ferramentas de gaming para incrementar e alavancar a imersão dos novos colaboradores no universo SBG. Foi também prioritário aumentar a frequência do contacto e introduzir formatos mais virtuais no dia-a-dia das pessoas para encurtar distâncias, manter viva a nossa “Cultura Autêntica” e alimentar os momentos de socialização, numa altura em que estávamos privados do contacto. Tudo isto fez com que nos tornássemos mais ágeis e criativos, sem perder a proximidade e a oportunidade. Na prática, “digitalizamos” uma parte da experiência do colaborador, ganhamos velocidade e flexibilidade, mas não dispensamos nunca o contacto pessoal.

O facto de terem algumas equipas em regime híbrido tem impacto na estratégia de Comunicação Interna?
MB: Sim. Na prática assistimos a um maior “afastamento” das pessoas relativamente ao “espaço físico” da empresa e a tudo o que o mesmo implica do ponto de vista das interacções pessoais. Isso levou-nos a promover mais acções de comunicação e de proximidade para que o “engagement” e a ligação dos colaboradores à empresa se mantivesse energizado. Acreditamos no valor de estarmos juntos e a comunicação interna é, sem dúvida, uma alavanca, potenciando esses momentos e trazendo regularidade e curiosidade a essas iniciativas com o objectivo de atrair as pessoas aos espaços da empresa. Um exemplo disso são as “Black Fridays”, momentos temáticos de convívio e celebração, organizados rotativamente por diferentes equipas SBG com suporte da equipa de Comunicação Interna, Cultura Organizacional e Bem-Estar.

Quais os canais de comunicação mais utilizados no Super Bock Group? Nos últimos anos foram criados novos canais?
João Gomes (JG): Além das chefias, a nossa comunicação assenta em meios ditos “tradicionais” como a newsletter, a TV corporativa, a intranet e o e-mail. No entanto, durante a pandemia lançámos novos formatos como as SBG Talks, acessíveis a todos os colaboradores e visando garantir uma comunicação diferenciadora sobre a actividade da empresa. Dado o seu potencial, prevemos ampliar o âmbito desta iniciativa, transformando-a em momentos inspiracionais com a intervenção de líderes e especialistas, internos e externos, de forma a potenciar a nossa cultura e o crescimento do negócio. Estamos neste momento, a avaliar a relevância de outras plataformas para o universo SBG.

Quais as expectativas dos colaboradores em relação à Comunicação Interna?
MB: Das auscultações que fazemos, frequentemente, junto dos colaboradores, por recurso a Focus Groups e a questionários (My Voice), torna-se claro que é esperada uma comunicação atempada, credível, relevante e empática, focada na humanização da empresa, alinhada com a estratégia do negócio e que acompanhe os momentos mais importantes da vida da organização, das equipas e dos colaboradores. Uma comunicação que crie momentos de feedback e que actue sobre eles numa óptica de melhoria. Uma comunicação assente em valores, que una, inspire, desafie e oriente. E que saiba reconhecer e celebrar. Com uma Super Bock na mão, claro! Sempre tivemos uma cultura de excelência e isso reflecte-se também na exigência que é colocada sobre a comunicação interna, seja ela desenvolvida por uma estrutura central ou pelos diferentes actores na organização.

Os colaboradores são encorajados a participar na Comunicação Interna da empresa?
JG: Sim, e de diferentes formas. Seja nesta prática de auscultação e feedback, seja na adesão às diferentes acções que implementamos, seja até na assunção de responsabilidades ao nível da dinamização de algumas dessas acções (exemplo, as Black Fridays). De referir que muitas das ferramentas de comunicação que temos actualmente, bem como o formato de diversas acções internas, decorrem e são inspiradas nos contributos de diferentes colaboradores.

De que forma o Super Bock Group mantém a união das equipas, a proximidade e a cultura da empresa através da Comunicação Interna?
RM: Dinamizamos passatempos, concursos, acções internas de apresentação de novos produtos, mas também potenciamos os momentos de equipa, de celebração, de reconhecimento e de descontracção. Temos os Coffee O’clock com o presidente, o Encontro de Colaboradores, os Dias Temáticos (em prol da Saúde e do Bem-Estar), os Immersive Days, as já referidas Black Fridays, o Impossível. Dinamizamos ainda a Iniciativa Autêntica, para distinguir acções individuais ou de equipa que revelem alinhamento com os nossos valores, celebramos os aniversários, as antiguidades, o projecto solidário de Natal, e tantas outras acções que visam reforçar a nossa cultura, o engagement e a paixão que as nossas pessoas têm pela empresa e pelas marcas.

Em que medida a Comunicação Interna pode ajudar na atracção e retenção de talento?
MB: Uma “boa Comunicação Interna” acentua a qualidade da experiência que cada colaborador tem com a empresa e com as suas marcas. Cria laços, gera emoções. Torna evidente e reforça a nossa Cultura Autêntica, a nossa proposta de valor, o sentido de propósito e o compromisso. E ultrapassa a nossa “comunidade SBG”.

Os colaboradores são vistos como embaixadores da marca empregadora?
RM: Não temos uma estratégia formal nesse sentido. Porém, as nossas pessoas têm uma paixão e um orgulho enorme na empresa e nas nossas marcas. Esta relação forte, e que demonstra a força da nossa cultura, acaba inevitavelmente por se reflectir em comportamentos que as pessoas vão adoptando no seu dia-a-dia, nas redes sociais, nos pontos de venda e junto de amigos e familiares. É algo informal e muito natural, mas que adiciona valor e reconhecimento ao Grupo e às nossas marcas. São os nossos “embaixadores” mais autênticos e genuínos, inspiram e geram confiança.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Comunicação Interna” na edição de Fevereiro (n.º 146) da Human Resources nas bancas.

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