Sustentabilidade não é tendência, nem moda, é a realidade!

Por António Saraiva, Business Development manager – ISQ Academy

Falar-se de sustentabilidade significa equilíbrio. Um equilíbrio entre a preservação de recursos e atendermos às necessidades humanas. Há uma relação estreita com os recursos naturais, mas o termo sustentabilidade também ganha outras “asas”, muitas vezes associado a procedimentos de gestão. Mas é importante situarmo-nos na acepção mais comum, em particular quando estamos confrontados com fenómenos naturais de grande dimensão, com forte impacto no planeta que habitamos.

Partindo do óbvio: temos de adoptar um consumo responsável, que nos permita satisfazer as necessidades humanas, tanto no presente, como no futuro. Temos de enfrentar as mudanças climáticas que trazem consequências nefastas para a agricultura, a saúde pública e a economia global. Por estas razões, e outras mais, a sustentabilidade é tema comum entre cidadãos, empresas, institições e governos. Convém realçar que não está tão só a ser encarada como uma tendência e, muito menos, como uma moda. É mesmo uma necessidade – tornou-se um imperativo económico e social. E onde está o grande desafio que atrasa o processo? É que é necessário, e premente, mudarmos a forma como vivemos, produzimos e consumimos.

Estamos conscientes, por exemplo, que existe uma má gestão de resíduos. Um dado importante, neste pressuposto, segundo dados das Nações Unidas: em 2050, se continuarmos com este ritmo, existirá mais plástico nos oceanos do que peixes. Claro que muito já se começa a fazer no âmbito da economia circular, com uma aposta forte na reciclagem. Mas temos mesmo de fazer mais e melhor. Há uma clara responsabilidade colectiva em se encontrarem soluções sustentáveis. Adoptarmos práticas sustentáveis nas nossas organizações permite melhorar a eficiência e a produtividade, resultando em níveis de competitividade maiores. No fundo, é a adopção de uma comunhão de um novo estilo de vida, seja em termos pessoais, seja profissionais.

Quando analisamos diversos estudos, percebemos que as melhores práticas de sustentabilidade, acabam por gerar oportunidades de emprego e de novos negócios, em que podemos citar exemplos ao nível das energias renováveis e verdes, uma agricultura igualmente sustentável e a gestão de resíduos. As experiências existentes revelam maior saúde económica, com benefícios claros no meio ambiente, mas em particular para as pessoas. É, pois, uma temática essencial na agenda da Gestão de Pessoas. Se é importante desenvolverem-se processos produtivos projectados para a redução da pegada de carbono e minimizar-se o impacto ambiental, não é menos importante envolverem-se os principais beneficiários: as pessoas. Seja pelo seu compromisso, seja por uma lógica consistente de saúde, física e mental, mas também em mecanismos de maior satisfação.

Muitos profissionais optam por trabalhar em empresas que defendem o valor da sustentabilidade, porque normalmente há uma associação às práticas de responsabilidade social. São organizações que possuem uma visão e um propósito de características diferenciadoras, muitas vezes assentes numa comunicação interna mais transparente e com foco específico em estratégias positivas de relações interpessoais. Há como que uma comunhão de objectivos perante ambientes competitivos e, acima de tudo, o enfrentar de toda e qualquer transformação social e de mercado.

Observando de uma forma macro, uma organização que faça da sua prática a sustentabilidade, seja social, ambiental e económica está em sinergia efectiva com o que o mundo de hoje necessita. Para além de que consegue não só atrair talento, mas consegue de forma definitiva comprometer as suas pessoas.

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