Systemic: Democratizar o acesso ao conhecimento sobre sustentabilidade

Para dar resposta aos desafios que as empresas estão a ter em matéria de regulamentação sobre sustentabilidade, a Systemic está a dar formação sobre o tema por via da Future Academy.

 

A Systemic dá formação na área da sustentabilidade como parte integrante dos processos associados ao desenvolvimento de estratégias de sustentabilidade, reporte e várias outras áreas do saber. Porque este conhecimento ainda não é assegurado de forma sistemática pelas universidades, a empresa considerou necessário massificar e democratizar o seu acesso através da sua academia, Future Academy, neste ano de 2024. Em entrevista à Human Resources Portugal, Sofia Santos, CEO da Systemic, explica os contornos desta formação e de que forma a empresa está a ajudar outras organizações a lidarem com os desafios da sustentabilidade.

 

De que forma a Future Academy identifica os temas de formação necessários para capacitar os gestores das PME na implementação de práticas de sustentabilidade?
A equipa da Systemic tem pessoas com mais de 20 anos de experiência a implementar projectos de gestão sustentável em vários sectores e tem acompanhado os desenvolvimentos académicos sobre a matéria, tendo também ajudado a desenvolver vários cursos executivos em diferentes universidades. Acompanhamos de perto também os novos regulamentos europeus que incidem sobre as práticas de sustentabilidade das empresas e bancos. Por isso, temos um conhecimento prático sobre o que as empresas precisam de compreender e aprender para conseguirem responder às necessidades de mercado e da regulação.

 

Quais os principais desafios que se apresentam às PME na adopção de uma estratégia de sustentabilidade e de que forma a Future Academy dá resposta a esses desafios nos seus programas de formação?
Diria que o principal desafio para as PME é ter tempo para compreender que ter uma estratégia de sustentabilidade é positivo para o seu negócio, além de ser promotor de acesso a financiamento e a melhores clientes. Muitas PME pensam que ter uma estratégia de sustentabilidade é algo muito complexo, mas, na verdade, não é.

Na realidade, se qualquer PME fizer um simples exercício de desenhar toda a sua cadeia de valor e identificar os impactes ambientais, sociais e éticos – positivos e negativos – consegue logo ter uma visão integradora do seu negócio e compreender as acções que terá de fazer para melhorar as suas práticas. É este tipo de capacitação prática e focada que a Future Academy também vai proporcionar às PME. Uma parte das formações é muito prática, de forma a que os participantes possam levar para as suas empresas trabalho já feito e que pode ser desenvolvido ou mesmo apresentado internamente.

 

Como é que os programas de formação são adaptados para dar resposta às necessidades específicas e recursos limitados das PME?
A Future Academy tem programas específicos de formação para grandes empresas e PME. As formações para as PME são muito focadas na componente prática, ou seja, para que as empresas consigam desenhar uma estratégia de sustentabilidade, identificar os indicadores ESG que devem começar a reportar, compreender a melhor certificação a obter e as políticas que têm de desenvolver para responder às exigências dos seus clientes, entre outros aspectos práticos.

 

Existe personalização dos programas mediante a empresa e o sector em que opera?
Esse é um dos nossos pontos de diferenciação. Cada sector tem especificidades próprias e, por isso, não só desenvolvemos programas à medida de cada sector e até mesmo às necessidades da empresa, como pretendemos desenvolver formações pelo País, que sejam sectoriais.

 

Quais os critérios utilizados pela Future Academy para seleccionar os formadores?
Procuramos pessoas com experiência profissional, conhecimento técnico, conhecimento académico e apaixonadas pela sua área. Na Future Academy não vamos apenas divulgar os temas da sustentabilidade, mas queremos também capacitar as pessoas sobre mindfulness e gestão de stress entre outros.

 

De que forma a Future Academy avalia o impacto e a eficácia dos seus programas de formação na capacitação dos gestores das PME para liderarem a mudança?
Estamos a desenhar o Modelo de Avaliação do Impacto com base na teoria da mudança e iremos ter três níveis de avaliação: o nível imediato (satisfação com a formação, competências aprendidas); nível médio prazo (durante os seis e 12 meses seguintes à formação que actividades conseguiram os formandos realizar na área da sustentabilidade) e a longo prazo (de que maneira a formação influenciou o participante a realizar mudanças na sua vida e/ou na vida da empresa). Para tal iremos utilizar métodos como questionários, entrevistas e focus group.

 

Como é que a Future Academy acompanha e se mantém actualizada no que diz respeito às tendências emergentes em práticas de sustentabilidade e às necessidades do mercado para ajustar os seus programas de formação?
A Future Academy, ao ser parte integrante da Systemic, empresa de consultoria em sustentabilidade, tem formadores que trabalham no seu dia-a-dia com os dilemas e desafios das empresas relativamente à sustentabilidade. Por outro lado, trabalhar em sustentabilidade consiste sempre em trabalhar sobre as tendências futuras, por isso, estamos em constante actualização e mesmo antecipação da regulação e das tendências de mercado. Diria que termos uma equipa que trabalha “no terreno” permite-nos ter programas de formação dinâmicos e em constante melhoria.

 

Quais os planos da Future Academy para expandir o seu alcance e impacto?
Em 2024 queremos divulgar as nossas formações pelas PME, pelas associações e pelas grandes empresas que têm muitas PME como fornecedores. Como temos muita experiência com o sector financeiro e muitas horas de formação dadas, queremos também, em 2024, reforçar a nossa posição como parceiro de formação do sector financeiro. O objectivo é a Academia poder individualizar-se e conseguir desenvolver formações, workshops e ciclos de reflexão abertos às empresas e ao público em geral.

 

Qual o papel da Future Academy na promoção de uma cultura empresarial mais consciente e responsável em relação à sustentabilidade nas PME e na sociedade em geral?
Penso que pode ter um papel muito relevante para promover a democratização do acesso ao conhecimento sobre sustentabilidade, bem como a sua aplicação prática no dia-a-dia das empresas. Desta forma, vamos contribuir para que as pessoas possam estar preparadas para aproveitar as oportunidades que estão a surgir ao nível dos “empregos verdes”, uma vez que, a seguir à área da Inteligência Artificial, a Sustentabilidade é aquela em que há mais oferta de trabalho no mundo.

 

Este artigo faz parte do Especial “Academias” publicado na edição de Março (n.º 159) da Human Resources.

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