Trabalhadores descomprometidos? Sim, o engagement continua (muito) baixo. Eis o que os líderes estão a fazer

A luta contra o “quiet quitting” não é de agora, mas a percentagem de engagement dos colaboradores continua teimosamente baixa e os trabalhadores descomprometidos têm custos para as organizações, avança a Fast Company. O que devem os líderes fazer para ajudar a aumentar a satisfação e a capacitação no trabalho?

 

Em 2023, a Gallup descobriu que apenas 33% dos trabalhadores estavam “comprometidos no seu trabalho” (a percentagem máxima registada foi de 36%, em 2020).

Claro que esta falta generalizada de engagement tem um custo significativo para as empresas. «As tendências no employee engagement são relevantes porque estão ligadas a muitos resultados de desempenho nas organizações», escreve Jim Harter, responsável de Gestão e Bem-estar no local de trabalho da Gallup. «Os colaboradores não comprometidos ou activamente descomprometidos são responsáveis ​​por aproximadamente 1,9 triliões de dólares em perda de produtividade a nível nacional.»

No recente Festival de Inovação da Fast Company, vários executivos discutiram o que estão a fazer para apoiar o engagement nas suas próprias organizações – especialmente tendo em conta os desafios colocados pela adopção da Inteligência Artificial (IA) no local de trabalho.

«Temos de desmistificar [a IA]. Por vezes pode parecer mais assustador do que é, principalmente se olharmos para isto como algo que vem na nossa direcção, em vez de algo de que podemos fazer parte – e ajudar a moldar», disse Ken Moore, director de Inovação da Mastercard, acrescentando que a empresa tem dias sem reuniões e incentiva a sua equipa a usar esse tempo para aprender sobre IA.

A adopção generalizada da IA ​​no local de trabalho causa, compreensivelmente, ansiedade a muitos trabalhadores. Um estudo recente da Microsoft descobriu que 53% dos indivíduos que utilizam a IA no trabalho têm preocupações em utilizá-la em tarefas importantes, pois pode fazê-los parecer substituíveis. Uma medida que pode ajudar no engagement é focar-se em como envolver os colaboradores em soluções baseadas em IA, diz Moore. «Somos uma empresa em crescimento. Não se trata realmente de eliminação de funções. Trata-se de poder alargar os serviços que temos.»

Hanneke Faber, CEO da electrónica Logitech, concorda. «Estou a enquadrar tudo de forma muito semelhante. Dissemos que vamos [adoptar a IA] internamente para fazer mais com as mesmas pessoas, e não para despedir imensa gente.» Segundo ela, estão a ver a IA a ajudar os colaboradores a aumentar a eficiência – e não apenas para os profissionais de tecnologia. «Vemos definitivamente a produtividade interna na engenharia de software, mas também no lado criativo.»

Em última análise, cabe aos líderes cultivar o tipo de ambiente que incentiva a participação e a criatividade dos colaboradores, no meio das mais recentes disrupções tecnológicas, afirma Bob Stiller, fundador da Keurig Green Mountain. «É evidente que o líder da organização [deveria ser responsabilizado]. É responsabilidade das lideranças garantir que tudo o resto está em ordem.»

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