Três em cada dez empresários acredita que o Orçamento de Estado irá ter um efeito negativo nas suas organizações. E identificam o tema que mais os preocupa

O Barómetro Kaizen revela que no que diz respeito ao novo Orçamento do Estado, apenas 8% dos inquiridos acredita que este terá um efeito positivo na sua organização enquanto 28% acredita que este impacto será negativo.

 

Já no que toca ao Plano de Recuperação e Resiliência, tido como um importante instrumento ao qual se tem vindo a recorrer, 43% dos empresários inquiridos confirma não estar a fazer investimentos no âmbito do PRR e 31% afirma que o grau de execução destes investimentos é baixo.

Já que 44% e 26% dos inquiridos aponta, respectivamente, a inflacção e a crise energética, como dois dos temas mais impactantes no contexto económico actual.

Apesar da volatilidade e instabilidade dos mercados, 2022 foi um ano positivo para os empresários portugueses já que 74% admitiu ter cumprido ou ultrapassado os objectivos a que se propôs. Além disso, o grau de confiança sobe ligeiramente face à última edição (Julho 2022) passando de 10,95 para 11,16.

Ainda assim, os empresários mantêm-se cautelosos e 86% afirma que as previsões da Comissão Europeia são realistas, acreditando que o crescimento do PIB em Portugal será inferior a 1%, em 2023.

Apesar da taxa de inflacção da zona euro ter vindo a recuar ligeiramente ao longo das últimas semanas, as empresas estão preocupadas em garantir as suas margens e, para isso, as principais iniciativas de curto prazo que têm vindo a levar a cabo passam pelo aumento dos preços de venda (para 23% dos inquiridos), enquanto 21% destaca a melhoria da eficiência energética. Potenciar a utilização da automação das tarefas ficou também entre as iniciativas mais escolhidas com 17% dos votos.

A inovação mantém-se uma das principais peças chave no crescimento das empresas e está no centro da estratégia das organizações. Perseguindo a vontade de inovar, o investimento em novos produtos ou serviços (34%) e a melhoria dos actuais processos de negócio (29%) têm sido as principais apostas de inovação que as empresas estão a implementar.

Ainda assim, segundo 29% dos empresários, uma das maiores barreiras com que as suas empresas se deparam no processo de inovação, é a ausência de um processo estruturado que permita testar e escalar novas ideias de negócio. Apesar desta dificuldade, para 31% dos inquiridos, o lançamento de novos produtos e serviços continua a ser uma das principais estratégias de crescimento que pretendem adotar em 2023.

A entrada em novos mercados e a melhoria da força de vendas destacam-se também no pódio como as estratégias de crescimento mais escolhidas com 25% e 16% das votações, respectivamente.

A transformação digital continua a ser vista como um importante meio para potenciar o aumento da criação valor das empresas e um fator primordial para assegurar a competitividade dos negócios. Neste enquadramento 59% dos empresários afirma já estar numa fase de Automatização e Digitalização nas suas empresas. Por outro lado, 2% dos inquiridos revela ainda não ter iniciado iniciativas estruturadas de digitalização.

A crise energética que os países da UE estão a enfrentar exige uma resposta urgente e, alinhada com o objetivo proposto pelos planos de transição e transformação energética definidos pelo Programa das Nações Unidas, 61% das empresas visa apostar no aumento da eficiência energética de equipamentos e instalações. Por outro lado, 21% dos inquiridos irá apostar na redução do custo associado à Supply Chain.

A maioria dos gestores responsabilizam-se cada vez mais pelo impacto que as organizações que lideram, têm na comunidade e no mundo, e afirmam que as práticas sustentáveis são uma ambição estratégica. Assim, 32% dos gestores afirmam que têm investido entre 1% e 3% da sua receita à componente de sustentabilidade.

Por outro lado, as preocupações com a responsabilidade social irão continuar a fazer parte dos temas mais críticos das empresas, com especial destaque para a satisfação e bem-estar dos clientes, assim como um maior foco na avaliação e cooperação com fornecedores. 42% dos inquiridos assume que uma das principais prioridades nas suas empresas em 2023, é a aposta em práticas de trabalho justas e responsáveis, incluindo condições de trabalho saudáveis e seguras, remuneração justa, direitos trabalhistas e equidade de género.

O Barómetro Kaizen é um estudo de opinião desenvolvido semestralmente pelo Instituto Kaizen em Portugal junto de administradores e gestores de médias e grandes empresas que atuam no mercado português sobre a sua perspectiva quanto a temas de atualidade, à evolução da economia e do seu negócio, perspetivando tendências e desafios.

A edição de Fevereiro do Barómetro Kaizen inquiriu mais de 250 gestores de empresas que representam, no seu conjunto, mais de 35% do PIB de Portugal.

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