Três pilares para promover as competências Agile
A incorporação de metodologias e processos Agile tem sido fundamental para as empresas na resposta aos desafios trazidos pela pandemia. E os líderes de Recursos Humanos têm sido facilitadores e promotores de competências nesse âmbito.
Por Nuno Martins Freitas, partner da Boyden Portugal
Os desafios das organizações são constantes, exigem permanente atenção e actualização, e num mundo já conectado socialmente e digitalmente, e ao qual se acrescenta uma experiência global comum – a pandemia –, estes desafios crescem a uma velocidade exponencial e obrigam cada vez mais à antecipação e preparação de boas respostas.
A pandemia veio acelerar a adopção de estratégias e modelos organizacionais que certamente demorariam meses ou anos a implementar. Para algumas organizações estas mudanças já estavam em curso, contudo, a velocidade imposta fez com que algumas empresas tivessem mais dificuldades que outras.
As organizações que reagiram de uma forma mais célere são as que hoje estão a caminho da recuperação e, em alguns casos, já a prosperar. Foram aquelas que encontram na resiliência da sua equipa de gestão e colaboradores um propósito claro na tomada de decisões (por vezes incertas), tendo como agente de mudança a qualidade da sua liderança, a coesão das suas equipas, a forma de comunicar e conectar com os seus diferentes stakeholders (internos e externos) e, adicionalmente, ao incorporar metodologias e processos Agile baseados em tecnologia.
Neste capítulo, os líderes de Recursos Humanos têm vindo a desenvolver um papel fundamental como facilitadores e promotores das competências Agile através de três pilares:
Leadership Agility: a inteligência emocional para entender a necessária mudança de mentalidade; a capacidade de inspirar e construir confiança através do propósito; a preocupação com bem-estar das suas equipas e a empatia são requisitos de liderança como nunca visto.
Organisational Agility: o alinhamento constante entre os objectivos empresariais e o talento permitirá identificar e antecipar cenários, promover iniciativas que ajudem a percorrer tempos desafiantes e transformá-los em oportunidades.
Employee Agility: uma cultura orientada pela confiança e por um propósito permitirá aos líderes alavancar o envolvimento contínuo dos colaboradores como um agente para a recuperação e sustentabilidade organizacional.
O sucesso e o fracasso dos negócios são o resultado directo do envolvimento das pessoas. Um indivíduo pode ter a melhor ideia, uma equipa o melhor processo, uma empresa o melhor produto, mas se a organização não funcionar como um todo, certamente não atingirá o seu máximo potencial.
Por exemplo, o aspecto mais importante da transformação digital é a mudança organizacional – criar equipas ágeis, escaloná-la através de redes distribuídas e conectar pessoas para proporcionar envolvimento e sentimento de pertença.
Para responder a este desafio há que trabalhar para identificar líderes com as competências emocionais e agilidade necessária para definir verdadeiramente um propósito e inspirar as organizações.
Em parceria com os especialistas e referências de mercado em recrutamento executivo e consultoria de liderança, e utilizando ferramentas de insight e de trabalho em equipa, cabe às lideranças das organizações, aos presidentes e executivos e aos directores de Recursos Humanos construir uma cultura de maior agilidade organizacional.
Este artigo foi publicado na edição de Janeiro (nº. 121) da Human Resources, nas bancas.
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