Um propósito comum

A caminho da oitava edição, o projecto Brands like Bands tem vindo a ganhar em notoriedade e participantes. Mais do que música, mais do que team building e até mais do que responsabilidade social, assumem um propósito: mudar o mundo com as empresas.

Por Sandra M. Pinto

O Brands Like Bands surge em 2008, num cenário de encerramento de empresas e de despedimentos em massa. «Nessa altura li que os Xutos & Pontapés se preparavam para comemorar o seu 30.º aniversário, que seria no ano seguinte [2009]. Achei interessante que, no meio do cenário depressivo que vivíamos na altura, uma marca à qual ninguém deu muitos anos de vida, estivesse a preparar-se para celebrar três décadas de existência», relembra Fernando Gaspar Barros responsável e organizador do Brands like Bands.

O passo seguinte foi “mergulhar” na marca Xutos & Pontapés de modo a perceber que ensinamentos e inspirações poderiam ser dali retiradas para serem aplicadas noutras marcas, todas elas em esforço de sobrevivência. O resultado foi o nascimento do livro «A Marca X – Um tributo à Fidelização», que conta com as colaborações do ex Presidente da República, Jorge Sampaio, e do Comendador Rui Nabeiro, além de prefácio de Carlos Coelho, fundador e presidente da Ivity. «Com o lançamento do livro e inspirações de outras bandas, entrámos em várias empresas onde tínhamos como objectivo ajudar a resolver alguns desafios fosse na Gestão de Equipas, na Comunicação Interna ou na Inovação», partilha Fernando Gaspar Barros. Nesse percurso, o “icebreaker” acontecia quando as empresas revelavam que havia vários colaboradores que tinham sido ou eram músicos, o que era de estranhar pois «a maioria dos músicos em todo o mundo trabalha por conta de outrem, ou seja, não vivem exclusivamente da música. E, em 2013, acontecia no Hard Rock Café a primeira edição do festival Brands Like Bands.

Muito caminho se percorreu até se chegar à edição 2019 onde participaram cerca de 30 empresas, com a curiosidade de terem acontecido colaborações entre bandas e com a mesma banda a representar as sucursais da empresa localizadas em Lisboa e Porto, tendência que, de acordo com o responsável, se vai sentir ainda mais para o ano «porque entregamos uma boa experiência, desde que a empresa confirma a participação até ao Executive Breakfast, momento de balanço feito com as empresas participantes».

Envolver todos
São muitas as mais-valias que as empresas podem retirar da sua participação no Brands like Bands, acima de tudo porque esta é uma acção para todos e não apenas para quem toca. Aliás, como refere o organizador, «esta é uma acção principalmente para quem não toca, para a restante comunidade da empresa que se vê envolvida pelo projecto».

Fernando Gaspar Barros explica que a banda da empresa é, essencialmente, uma metáfora da mesma, daquilo que ela vive e representa e que pretende projectar para os stakeholders. «Depois deste elemento de posicionamento de marca, surge como elemento crítico a envolvência do ecossistema de cada colaborador para que este possa ir com os colegas e amigos ao festival e afirmar: esta é a minha empresa». Mas até que ponto essa participação tem repercussão na vivência da empresa? O sucesso da participação não se mede no dia em que a banda toca, pois o mais importante é tudo o que acontece nos meses anteriores, «toda a envolvência da preparação e o pós festival, quando este é tema de conversa e quando se divulgam os materiais desse dia, como as fotografias».

Mudar o mundo
Olhemos com mais atenção para o conceito para descobrir que o propósito do Brands like Bands é só um, como afirma o seu organizador, «mudar o mundo com as empresas». Questionado sobre de que forma se reflecte ele na acção do projecto, Fernando Gaspar Barros responde: «Temos uma bilheteira que reverte integralmente para uma causa social num processo perfeitamente transparente, pois é a própria organização beneficiada que está na bilheteira a receber o donativo de uma forma directa. Mas queremos fazer mais!»

Leia o artigo na íntegra na edição de Novembro da Human Resources.