Vila Galé: Satisfação e valorização pessoal para reter e atrair talento
Uma Gestão de Talento assente na meritocracia, numa cultura organizacional cooperativa, flexível e com uma remuneração justa. Para o Vila Galé o bem-estar dos colaboradores é a base do seu sucesso.
O mundo corporativo está em constante mudança e, no que diz respeito à gestão de pessoas, os desafios são cada vez maiores. Atrair, desenvolver e reter os melhores talentos tal como ajustar equipas e respectivos líderes, preparando-os para uma gestão mais eficiente são o principal objectivo, não descurando o mais importante: garantir o bem-estar dos seus colaboradores. Joana Ferreira, coordenadora de Recursos Humanos da Vila Galé explica à Human Resources Portugal as boas práticas implementadas pelo Grupo no que toca à Gestão de Talentos.
De que forma o Grupo Vila Galé tem vindo a adaptar-se às transformações do mundo do trabalho no que diz respeito à Gestão de Pessoas?
Temos reforçado vários pontos desde logo, proporcionando às equipas oportunidades de progressão na carreira dentro da organização, já que antes de tentarmos contratar fora, privilegiamos a evolução dos nossos colaboradores. Isso significa que apostamos numa gestão assente na meritocracia, em que procuramos fomentar um mindset de desenvolvimento dentro do grupo e que promovemos, acima de tudo, um bom ambiente de trabalho, cooperativo, flexível e colaborativo. Ao mesmo tempo, temos vindo a melhorar as condições salariais das equipas. Por exemplo, este ano demos aumentos médios de 11% e subimos o salário mínimo para 900 €, a que se soma ainda o subsídio de alimentação, procurando sobretudo ir, progressivamente, subindo o salário médio praticado. Adicionalmente, oferecemos benefícios ajustados a cada caso, por exemplo, apoios à educação no caso dos colaboradores com filhos ou oferta de valores em cartão para usar em compras e em cultura, seguro de saúde para descendente ou financiamento de formação.
No sector hoteleiro, existe uma maioria de colaboradores de áreas funcionais em que a implementação de modelos híbridos não é possível. Que transformações ocorreram na Gestão de Pessoas no que diz respeito a estes colaboradores?
Não existindo a possibilidade de implementação de outros modelos de trabalho que não sejam o presencial, procurámos, ainda assim, flexibilizar também essa vertente. Assim, deixámos de ter os horários repartidos e definimos os horários das equipas com a maior antecedência possível para que as pessoas consigam programar melhor o seu dia-a-dia e ter uma maior conciliação entre a vida pessoal e a profissional.
Quais as boas práticas do Grupo que gostaria de destacar em matéria de Gestão de Pessoas?
Acreditamos que as melhores práticas passam, por exemplo, por atribuir uma remuneração justa, privilegiar a meritocracia, proporcionar a boa conciliação entre a vida pessoal e laboral, ter benefícios diferenciadores e ajustados à necessidade e perfil de cada colaborador, investir na formação adequada a cada função e garantir que existem oportunidades atractivas de evolução profissional.
Quais as principais dificuldades que existem na atracção de talento no sector e de que forma o Grupo está a trabalhar para ultrapassá-las?
Nos últimos anos, a principal dificuldade prende-se com a escassez de recursos humanos qualificados no sector. Cada vez mais, quem procura a área da hotelaria são pessoas sem formação ou experiência e isso implica uma redefinição daquilo que são as necessidades formativas. Temos procurado responder a esse desafio com uma constante adaptação da nossa Academia Vila Galé, recorrendo tanto a formadores internos como externos.
E no que diz respeito à retenção? Como trabalham para não deixar “fugir” o talento?
A estratégia para reter talento passa por proporcionar um bom ambiente de trabalho e garantir bem-estar dos colaboradores, dar benefícios atractivos, oferecer um salário mínimo de 900 euros, a que acresce o subsídio de alimentação, pelo que ultrapassa os 1000 euros, e ter oportunidades de progressão rápida na carreira, incluindo a hipótese de trabalhar no estrangeiro, tendo em conta o plano de expansão da Vila Galé.
O Grupo tem benefícios flexíveis como forma de complemento aos salários? Se sim, quais e qual a importância desta ferramenta na Gestão de Pessoas?
Sim, entre os quais podemos destacar o ticket infância para financiar a educação de menores, o seguro de saúde, os planos de poupança, ou a atribuição de valores em cartões para usar em serviços de streaming ou grandes superfícies. Estes benefícios têm a vantagem de se adequar a todo o universo de colaboradores do grupo, já que cada um pode escolher o que mais lhe convier.
Quais as expectativas do talento jovem que chega ao Grupo Vila Galé?
Verificamos que essas expectativas passam muito por encontrar oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional, ter uma experiência enriquecedora para os seus currículos e, se possível, uma progressão de carreira rápida, com experiências em diferentes áreas. Há também alguma preocupação em conhecer e concordar com os valores da organização, nomeadamente, no que respeita à sustentabilidade, ao relacionamento com a comunidade e ao contributo para a sociedade.
E de que forma essas expectativas contrastam com as de colaboradores mais antigos?
Os jovens têm uma necessidade de progredir rapidamente ou, pelo menos, de sentirem que têm um emprego que lhes traz novos desafios com regularidade, o que representa desafios porque nem sempre é possível progredir com a rapidez que desejam. Nesse ponto, existe alguma diferença geracional, que também ainda prevalece noutros domínios, por exemplo, relacionados com a digitalização ou as ferramentas tecnológicas que vão surgindo com grande velocidade. Embora já seja possível assistir a algumas mudanças e consequentemente, a uma modernização, a hotelaria ainda é muito tradicional e também é preciso atenuar e conciliar a diferença entre gerações. Na Vila Galé procuramos que haja uma partilha constante de conhecimentos entre todos, que os mais novos – quer seja em idade, quer seja em tempo de permanência na empresa – sejam bem recebidos e integrados, e que a evolução digital seja encarada com naturalidade e aceitação, proporcionando informação e formação sobre esse tema.
De que forma o Grupo recolhe este tipo de feedback dos colaboradores e como lhe dá resposta?
Anualmente, realizamos o estudo Cool Staff, em que questionamos os colaboradores sobre vários pontos como ambiente de trabalho – desde o conforto das fardas, à alimentação dos refeitórios ou a adequação das acções formativas –, relacionamento entre equipas e lideranças ou pontos a melhorar. A análise dos resultados permite-nos aferir a satisfação das equipas, perceber que parâmetros precisam de ser afinados e quais os aspectos e benefícios que são mais e menos apreciados pelos colaboradores.
Uma boa Gestão de Pessoas tem impacto na produtividade? Como?
Acreditamos que uma gestão que privilegia o bem-estar e satisfação das equipas e que assenta na meritocracia, na valorização pessoal e na justa retribuição será sempre uma gestão que promove a produtividade e, consequentemente, a fidelização dos clientes e o sucesso da organização.
A saúde e bem-estar são temas a que a Gestão de Pessoas tem hoje de dar uma atenção particular? Além da pandemia, que outros factores tornaram este tema mais importante nos últimos anos?
Sim, evidentemente que são temas que sempre fizeram parte de uma boa gestão de pessoas. A pandemia veio exacerbar essa noção. Mas há, efectivamente, outros factores a que é preciso dar atenção quando se trata de captar e reter talento, que se prendem muito com a saúde mental e o equilíbrio entre a vida laboral e pessoal.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Gestão de Talento” na edição de Maio (n.º 149) da Human Resources, nas bancas.
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