Vila Galé: Um ano recorde em termos de formação

Em 2020, a Vila Galé deu mais formação do que nunca aos seus colaboradores: mais de 100 acções e um total de 27.000 horas de formação, em resultado da pandemia.

 

Com 27 hotéis em Portugal e dez no Brasil, há muito que o grupo Vila Galé aposta fortemente na formação dos seus colaboradores. Com a chegada da pandemia e as restrições que esta impôs à actividade hoteleira, o momento foi de formar todas as equipas, e através dos formatos online foi mesmo possível juntá-las. Joana Ferreira, coordenadora de Recursos Humanos da Vila Galé, explica à Human Resources Portugal como foi atravessar este período de restrições e os objectivos da formação na retoma da actividade.

 

A formação dos colaboradores é importante para o Vila Galé? Porquê?
A formação e o desenvolvimento de todos os colaboradores sempre foram uma aposta da Vila Galé. Aliás, um dos pilares de Recursos Humanos (RH) da organização é o “Desenvolver” e inclui vários programas internos que visam o aperfeiçoamento das competências e a progressão de carreira na Vila Galé. Além disso, desde 2006 que temos uma academia de formação interna que disponibiliza uma vasta oferta formativa ajustada às necessidades da organização e dos colaboradores.

 

Que tipo de acções ou programas de formação são propostos aos colaboradores? Em que áreas?
Temos formações em línguas (Alemão, Espanhol, Francês e Inglês), Excel, formações técnicas on-the-job, Cursos de Competências Pedagógicas, Train the Trainers, Liderança e Coaching, Haccp, Primeiros Socorros, HSA, SST, entre outras. Já quanto à Academia Vila Galé está dividida em quatro eixos:

• O primeiro chama-se DESCOBRIR Vila Galé: diz respeito a toda a formação que ajuda os colaboradores a melhor conhecer o Grupo Vila Galé e os seus valores, bem como a conhecermo-nos uns aos outros; é nessa descoberta que ganhamos e renovamos a nossa paixão;

• O segundo eixo chama-se SENTIR Vila Galé: consiste na promoção de um conjunto de acções de formação que orientam para uma forma comum de estarmos com o cliente porque acreditamos que só se estivermos unidos no mesmo sentimento é que vamos conseguir que o cliente perceba o nosso modo único de o receber e de estarmos… “sempre perto de si”, o lema da Vila Galé;

• O terceiro tem o nome de GARANTIR Vila Galé: engloba todas as acções de formação relacionadas com a vertente operacional das diferentes funções ou com outras áreas de suporte como higiene e segurança, primeiros socorros, HACCP, línguas. Funciona como garantia, dada ao cliente e a nós próprios, de que procuramos sempre fazer o melhor possível;

• Por fim, o último eixo chama-se EVOLUIR Vila Galé: destina-se a todos os que têm responsabilidade de condução de pessoas ou de processos, com o objectivo de desenvolverem as competências de liderança, de modo a que possam evoluir e fazerem evoluir os outros.

 

Qual a importância desta actualização regular de conhecimentos para o Vila Galé?
Por um lado, é a aposta no desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais dos nossos colaboradores e, por outro lado, é a garantia da qualidade do serviço oferecido aos nossos clientes.

 

Qual a receptividade dos colaboradores a estes programas de formação?
A receptividade é sempre positiva. As pessoas entendem o propósito porque ele é claro, e por isso encaram sempre as formações como uma oportunidade.

 

Em matéria de formação, o que mudou no Vila Galé comparativamente ao pré-pandemia?
Desde logo, mudámos o formato das formações, já que antes da pandemia eram todas presenciais e, actualmente, a maioria decorre online. Além disso, inevitavelmente tivemos de refrescar e adaptar alguns conteúdos formativos para estarem mais ajustados à realidade que vivemos.

 

Quais foram os maiores desafios para manter programas de formação em funcionamento?
Os maiores desafios foram sem dúvida os recursos tecnológicos, não só porque uma parte dos nossos colaboradores não tinham recursos em casa, mas também porque os que tinham ainda apresentavam alguma dificuldade em utilizá-los. Foi necessário um apoio grande das lideranças mais directas para auxiliar as suas equipas.

 

Quais as vantagens e desvantagens de formações não presenciais?
As maiores vantagens são a facilidade no agendamento; o alcance que têm, já que conseguimos reunir equipas de Portugal e do Brasil simultaneamente, por exemplo; e os menores custos que estão associados, quer financeiros, quer ambientais, ou mesmo de tempo. Sendo uma empresa com 27 hotéis em Portugal e dez no Brasil, era sempre complicado conseguir conciliar agendas das equipas e dos formadores que têm de passar por todos os hotéis. Por outro lado, como somos um serviço que funciona 24h por dia, sete dias por semana, outra grande dificuldade era conseguir que todos os colaboradores frequentassem determinada formação no espaço temporal que tínhamos previsto e planeado. Com a formação online, conseguimos reduzir a 100% os custos associados à deslocação do formador. E enquanto que numa sessão presencial não conseguíamos ter mais de 15 a 20 pessoas, no modelo online é possível fazer com um número de participantes bastante mais elevado.

Já como maior desvantagem, vejo a perda do engagement. Não “sentimos” os participantes e não temos real percepção do seu nível de motivação e interesse pela acção. Até porque, na nossa organização, a formação presencial promove também o encontro com colegas de outros hotéis e isso perde-se com a formação à distância. Por fim, acrescentaria as dificuldades que podem surgir no momento da formação – a internet que falha, a plataforma está indisponível, o som que não funciona – e que, obviamente, condicionam o sucesso da acção.

 

Além das questões relacionadas com a pandemia, que outros desafios tem o Vila Galé no que diz respeito aos seus programas de formação?
O desafio passa sempre por ter um plano de formação que seja ajustado às necessidades de todos e esse é um desafio que é, arriscaria dizer, quase impossível. As necessidades não são as mesmas porque as pessoas não são iguais e, naturalmente, há conteúdos que se ajustam melhor a uns do que a outros. Aquilo que tentamos fazer anualmente é o refresh das formações que integram a academia e a inclusão de novas que correspondam às necessidades que mais identificamos nas equipas.

 

A pandemia teve impacto nos resultados mensuráveis relativos a formação no Vila Galé?
Absolutamente. O ano 2020 foi aquele em que houve mais formação internamente. Tivemos mais de 100 acções, que totalizaram mais de 27.000 horas de formação.

 

Como avaliam o sucesso da formação dos vossos colaboradores?
O sucesso da formação é avaliado de várias formas: taxa de captação/participação, avaliação feita pelos próprios colaboradores no final de cada sessão, nível de satisfação apresentado nos estudos de clima organizacional (em 2020, aproximadamente 73% das nossas equipas afirmaram que as acções de formação têm contribuído para a sua valorização e que os ajudam a desempenhar melhor as suas funções), melhoria nas avaliações de desempenho dos colaboradores e, obviamente, pelo nível de satisfação dos nossos clientes.

 

De que forma a formação impacta o negócio?
Com a formação contínua e adequada, conseguimos ter colaboradores mais preparados e motivados, o que se reflete no desempenho das suas funções e, consequentemente, na qualidade do serviço e na satisfação e fidelização dos clientes.

 

Que objectivos, em matéria de formação, pretendem atingir até ao final do ano?
O nosso objectivo até ao final do ano é conseguir montar um plano de formação digital que complemente a formação presencial e on-the-job. Estamos também a terminar o processo de acreditação da nossa academia.

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Formação”, publicado na edição de Junho (n.º 126) da Human Resources, nas bancas.

Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

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