Vinte em cada 100 alunos de famílias desfavorecidas reprovam de ano durante o segundo e terceiro ciclos do ensino básico
Um estudo realizado pela EPIS – Empresários Pela Inclusão Social revela que 20 em cada 100 alunos provenientes de famílias desfavorecidas reprovam de ano durante o segundo e terceiro ciclos do ensino básico. A análise, que envolveu uma amostra de 10 mil estudantes, destaca a desigualdade no sucesso escolar, associando as dificuldades económicas ao impacto no desempenho académico.
Os dados do estudo também indicam que os alunos que beneficiaram de programas de apoio escolar registaram melhorias significativas nos resultados, evidenciando a importância de medidas que promovam a igualdade de oportunidades no percurso educativo.
Nesta avaliação, realizada entre 2020 e 2023, verifica-se que todos os alunos de classes mais favorecidas transitam de ano lectivo. No entanto, analisando os resultados dos alunos das restantes classes sociais, a percentagem de sucesso diminui. No segundo ciclo, os alunos de classe média-baixa apresentam uma taxa de transição de 96,4%. No terceiro ciclo, a mesma classe apresenta uma taxa de passagem de ano de 83,8%.
Face a estes resultados, o director-geral da EPIS, Diogo Simões Pereira refere que: «a educação é a chave para a mobilidade social e a EPIS continuará a trabalhar para garantir que todos os jovens tenham a oportunidade de alcançar o seu pleno potencial».
O estudo utilizou como base o Índice Graffar – que classifica famílias em cinco classes de risco (classe I. Alta (mais favorável); classe II. Média Alta; classe III. Média; classe IV. Média Baixa e classe V. Baixa (pobre).
No último ano lectivo, a EPIS contribuiu para o sucesso escolar de 9153 alunos. Com mediadores e projectos activos em 254 escolas, de 37 concelhos do continente, da ilha da Madeira e de cinco ilhas dos Açores, foram apoiadas crianças e jovens desde da idade pré-escolar até ao ensino secundário.