Lusíadas Saúde: Desafios constantes

Apesar dos desafios do sector onde opera, o Grupo Lusíadas Saúde aposta fortemente no desenvolvimento dos seus colaboradores.

 

No Grupo Lusíadas Saúde, os diferentes talentos são acompanhados de acordo com o seu potencial de evolução, expectativas e nível de responsabilidade. Susana Moreira da Silva, directora de Recursos Humanos da Lusíadas Saúde, explica que «temos vindo a estruturar abordagens segmentadas de forma a que possamos responder de forma customizada às necessidades de cada um destes segmentos. Este ano a liderança é uma das nossas prioridades e, como tal, estamos a fazer uma Leadership Journey com o propósito de ter uma linguagem comum, alinhada com a cultura e os princípios da Lusíadas Saúde e do UnitedHealth Group».

O Grupo Lusíadas Saúde encontra-se actualmente num processo de transformação interna «em termos de alinhamento de processos, partilha de práticas, optimização de recursos e inovação». Já na perspectiva externa, a transformação diz respeito ao «reforço do nosso posicionamento como um prestador de cuidados de saúde diferenciado, distinto, com um foco na qualidade do serviço que disponibilizamos aos nossos clientes, para que a sua experiência seja sempre surpreendente». Neste contexto, Susana Moreira da Silva  refere que o grande desafio é «assegurar que os nossos talentos acompanham as prioridades definidas e têm as competências técnicas e as soft skills necessárias para endereçarem o que o negócio pede, mantendo os níveis de motivação e compromisso desejados, sempre com um sentido de urgência grande. É efectivamente um desafio complexo, mas entusiasmante!»

Para avaliar estes talentos e assegurar que desempenham a função certa, «anualmente temos um ciclo de reflexão que envolve todas as lideranças e as restantes equipas. Deste processo global de talent review recolhe-se feedback, expectativas e motivações, e alinha-se a visão que cada interlocutor tem de si próprio e da sua equipa. Esta proximidade gera abertura, diálogo e a possibilidade de ‘ajustar a rota’, de redireccionar ou de reforçar que se está no caminho certo. O ciclo inicia-se com um foco no “How we do it”, assente nos comportamentos que nos caracterizam e que queremos ver espelhados em todos os colaboradores. Depois evolui, numa fase seguinte, para o “What we achieve”, momento em que estamos mais focados em performance e no reconhecimento financeiro desse desempenho. São duas dimensões que se complementam, mas que têm vida própria em termos de calendário. Não queremos que se misturem porque na primeira fase estamos a olhar para o desenvolvimento das pessoas e na segunda estamos a olhar para o desempenho e para o cumprimento dos objectivos de negócio a que se propôs».

Dado o sector em que opera, as necessidades de recrutamento mais recorrentes no Grupo Lusíadas centram-se em profissionais de saúde. No entanto, a directora de Recursos Humanos salvaguarda que, «pelo facto de estarmos a viver também o desafio da digitalização e da eficiência, os perfis ligados a Tecnologias da Informação (TI), ao controlo de gestão, à logística ou à negociação têm tido a nossa atenção. Há perfis em que a forma de recrutamento se resume à referenciação pelos próprios colaboradores. Outros há em que nos suportamos em empresas especializadas».

As características mais procuradas nos candidatos ao Grupo Lusíadas estão fortemente relacionadas com a capacidade de adaptação e resiliência.  «Acima de tudo procuramos pessoas inquietas, que não se acomodam e que têm a capacidade de se adaptar ao contexto, de aprender rápido, de manter um sentido crítico, de trazer valor. E também pessoas que sorriem e que são genuínas!»

Para complementar a formação dos seus colaboradores, o Grupo Lusíadas posiciona este tema como «um acelerador que o colaborador poderá utilizar no seu percurso profissional. Incentivamos cada colaborador a propor programas para desenvolvimento de competências técnicas ou outras que complementem a sua função, os quais a empresa suporta financeiramente e dá as condições necessárias para a sua frequência. Neste sector há uma necessidade constante de actualização e de aprofundamento de conhecimentos diversos e distintos de função para função.  Na dimensão técnica seria redutor fazer um plano de formação fechado, considerando a diversidade de profissionais que o negócio tem».

Paralelamente, Susana Moreira da Silva revela que o Grupo Lusíadas construiu «um Plano de Desenvolvimento de Competências alinhado com as necessidades do negócio e com as exigências que temos de assegurar em termos de certificações (ex: Qualidade e Segurança do Doente, Controlo de Infecção, Plano de Emergência e Combate a Incêndios, etc), utilizando diferentes abordagens e formatos. Temos programas on the job, em que os colaboradores aprendem a ver e a fazer de forma acompanhada (ex: enfermeiro do bloco operatório de uma unidade hospitalar faz formação com outra equipa de outra unidade para aprender ou reforçar novas técnicas de instrumentação) e programas em formato presencial (temas de cariz comportamental) e em eLearning. Sentimos que esta área é um desafio grande para o Grupo e que este tem de se reinventar para acompanhar as necessidades… Tem de traduzir o learning on the fly porque a empresa precisa dessa dinâmica e agilidade!»

Numa área tão concorrencial como a da Saúde, em que é preciso competir não só a nível nacional, mas sobretudo internacional, Susana Moreira da Silva revela o que diferencia o Grupo Lusíadas em termos de atractividade para trabalhar. «Temos um fator que é distintivo dos restantes players: pertencemos ao maior Grupo do sector da Saúde a nível mundial, o UnitedHealth Group, o que nos posiciona de forma diferenciada em termos de experiência, partilha de práticas, inovação e centro de conhecimento. Neste ecossistema exclusivo de saúde no Grupo Lusíadas procuramos diariamente o bem-estar, o conforto e a realização profissional de cada um dos nossos colaboradores. São as suas mãos que irão cuidar de quem nos procura. Temos equipas altamente capacitadas e multidisciplinares que trabalham de forma sinérgica para elevar a qualidade e segurança dos cuidados de saúde».

Além destes, a directora de Recursos Humanos refere ainda outros factores de diferenciação: «Porque sabemos da importância do que todos fazemos ao longo do processo, apoiamos o nosso trabalho em plataformas inteligentes de centralização e visualização de dados e tecnologia de topo, que permite personalizar o cuidado, garantir maior eficácia nos diagnósticos, procedimentos e tratamentos e ainda simplificar as tarefas administrativas e burocráticas, libertando mais tempo para que os nossos colaboradores possam fazer o que mais gostam: cuidar».

Quanto à questão da deslocalização de profissionais da área da Saúde para o estrangeiro, Susana Moreira da Silva considera que não se pode falar, actualmente, de fuga de talentos. «Essa é uma realidade que já não é tão frequente. O sector reorganizou-se e criou formas de reter os talentos em Portugal após a crise económica de 2008 a 2011. Portugal destaca-se hoje na área da saúde de muitas formas, e é reconhecido internacionalmente por isso. O Grupo Lusíadas Saúde foi o primeiro grupo privado em Portugal a ter a atribuição da Acreditação pela Joint Commission International, processo que envolveu toda a equipa de profissionais do Hospital Lusíadas Porto, do Hospital de Cascais e do Hospital Lusíadas Lisboa, e que respondeu a cerca de 1200 requisitos que abrangem as Metas Internacionais de Segurança do Doente. Voltámos a ser pioneiros e as nossas clínicas – Clínica Lusíadas Parque das Nações, Clínica Lusíadas Almada e Clínica Lusíadas Gaia – receberam também este selo de qualidade, tornando-se nas únicas com esta acreditação em Portugal».

 

Atrair e reter

Também no que diz respeito à atracção e retenção de talento, o Grupo Lusíadas está a inovar através da implementação de práticas de Employer Branding. Susana Moreira da Silva afirma que o Grupo está a ir «para o terreno dar a conhecer o que fazemos aos futuros profissionais que queremos atrair. Estamos a começar a trilhar este caminho de Employer Branding, pelo menos de uma forma mais estruturada e suportada, envolvendo os nossos colaboradores nessa jornada porque eles são os melhores embaixadores da marca, contando a sua vivência na primeira pessoa. Porque procuramos pessoas que sejam genuínas também o fazemos de forma genuína e transparente, apoiados nos nossos talentos para atrair outros. Esta é também uma forma de reter, porque o envolvimento, o compromisso dos colaboradores com a estratégia da empresa, é uma forma de lhes dar visibilidade e reconhecer a sua importância. Paralelamente, seguimos uma gestão de pessoas de porta aberta, próxima e actuante, para que possamos apoiar e ajudar a resolver as situações que os colaboradores nos colocam, pessoais e profissionais, e cuja resolução rápida e ajustada tem um nível de impacto extraordinário».

Factores como remuneração e benefícios, equilíbrio profissional e pessoal, estabilidade profissional, progressão na carreira e ambiente de trabalho, são reconhecidamente relevantes hoje em dia na hora de decidir onde trabalhar. Quando questionada sobre em quais o Grupo Lusíadas mais aposta, a directora de Recursos Humanos responde que «apostamos em todos, porque todos são efectivamente relevantes para o actual contexto de trabalho e para os profissionais que queremos atrair e reter. No entanto, se tivesse de escolher uma área em que apostamos mais, seria certamente a progressão na carreira e o ambiente de trabalho».

Mais desafiante no sector da Saúde será, certamente, a dimensão do equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. «Este sector tem particularidades que passam pela forma como funciona, tornando ainda mais desafiante esta gestão positiva do tema. Por exemplo, o facto de muitos de nós trabalharem por turnos é algo que não podemos alterar porque faz parte do próprio ecossistema, mas temos de actuar de forma profilática e ensinar os nossos profissionais a lidar com esta particularidade».

Os colaboradores do Grupo Lusíadas revelaram, no último questionário de clima, o Vital Signs, que a Comunicação, o feedback e o desenvolvimento de competências de liderança são o que os colaboradores mais valorizam na empresa. Além disso, «este ano estamos a dar corpo à Key Priority de desenvolvimento das várias lideranças, e por isso estamos a fazer uma jornada de aprendizagem ajustada às necessidades dos diferentes segmentos de Líderes (Top, Middle e First Line Management), na qual combinamos várias abordagens: talent reviews, learning sets sobre o sector e desafios actuais e futuros, fóruns de lideranças para partilha de práticas entre as diferentes unidades hospitalares, business scorecard workshops para “descomplicar” os indicadores do negócio e torná-los de fácil leitura e acompanhamento para os colaboradores… desenhámos vários trilhos para que em conjunto possamos atingir o cume!»

Em jeito de conclusão, Susana Moreira da Silva refere que «queremos que as pessoas se sintam bem nesta casa, que se sintam motivadas pelo que fazem, desafiadas diariamente para se excederem, que sintam que o facto de pertencerem a um Grupo internacional lhes oferece a possibilidade de “voar” para outras paragens se essa for a sua vontade e que, acima de tudo, sejam felizes aqui!»

 

Este artigo foi publicado na edição de Maio da Human Resources.

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