Sabe que profissionais se sentem mais discriminados? E como evitá-lo?
As chefias femininas são apontadas por uma pesquisa norte-americana como os trabalhadores mais discriminados das organizações. Conheça as razões. E o que pode ser feito para o evitar.
De acordo com o documento, citado pelo portal «The Conversation», os colaboradores reagem à crítica de forma mais negativa se vier de uma mulher. As expectativas dos colaboradores quanto aos estilos de gestão também são diferentes, pois tendem a associar homens a carreira e críticas e mulheres à família e elogios.
Para Martin Abel, autor do estudo e professor assistente de Economia, em Middlebury, nos Estados Unidos, «isto tem implicações significativas para o sucesso das mulheres em cargos de liderança». «Se é mais provável que o feedback seja contraproducente para mulheres em posições de poder, elas podem vir a adoptar estratégias de gestão menos eficazes ou tornar-se desinteressadas por cargos de liderança», sentencia.
Esta é já a realidade do índice Standard & Poors (S&P) 500, que representa as 500 maiores empresas norte-americanas, onde as mulheres representam quase metade (45%) da força de trabalho. No entanto, apenas 37% ocupam funções de chefia intermédia, 26% de nível sénior e 5% de CEO.
O que pode ser feito?
Recentemente, algumas empresas começaram a tentar travar a discriminação contra as mulheres em cargos de gestão, começando por contratar pessoas especializadas em treinar o feedback. Não o que é dito, mas a forma como é recebido. Na prática, ensinam os trabalhadores a focar-se mais no conteúdo e menos da identidade da pessoa que o dá.
Ainda de acordo com o mesmo estudo, a discriminação de género é menor entre os trabalhadores mais jovens. «Pode ser que esta seja uma mudança geracional», acredita o autor.
Martin Abel destaca ainda o aparecimento de novas formas de trabalho, nomeadamente o remoto, fazendo notar a tendência de crescimento da gig economy [empregos de curta ou muito curta duração especializado e bem pago]. «Há quem diga que estes empregos oferecem mais flexibilidade e beneficiam particularmente as mulheres.» No entanto, deixa recados sobre este fenómeno: «Os resultados deste estudo dão conta de preocupações adicionais sobre a discriminação na gig economy devido à falta de supervisão e de protecção da igualdade de oportunidades nesses empregos».