A 18.ª Conferência Human Resources
Por Ricardo Florêncio
Decorreu no passado dia 24 de Outubro a 18.ª Conferência da Human Resources. Numa sala cheia, repleta, o tema em análise foi o “Propósito”. E provou-se que é claramente um dos temas do momento, um dos temas a que as empresas e os seus responsáveis dedicam a atenção. É verdade que as empresas têm de ter lucro, têm de remunerar os seus acionistas. Agora, o que está provado é que, actualmente, isso não chega. Uma empresa não pode ter por princípio, meio e fim esse objectivo. Tem de ir muito mais além. Tem de demonstrar à sociedade que tem preocupações, que tem causas, que a sua missão e visão vão muito para além de questões financeiras. Preocupações de índole social, ambiental, de sustentabilidade, de bem-estar, de saúde, de preocupação e desenvolvimento pelos locais onde funcionam, dos ecossistemas com quem trabalham, etc. E isso passou a ser decisivo em vários quadrantes, nomeadamente na escolha das pessoas. Não só nos seus actos de compra, mas também para a escolha da empresa para onde vão trabalhar, onde gostam de trabalhar. É evidente que as razões financeiras são determinantes e figuram nos lugares de topo. Mas hoje há muitos outros factores a levar em conta que merecem a nossa atenção. A flexibilidade de horários, o equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal, o ambiente e clima na empresa, entre muitos outros, são variáveis que começaram a ter muito peso nesta equação. Contudo, assiste-se há algum tempo à introdução de um outro factor que começa a ter peso e que pode mudar algumas das regras de jogo. Talvez mais do que a própria cultura da empresa, e os seus valores, é o propósito da organização que começa a ser questionado. Que papel desempenha essa empresa na sociedade? Que objectivos tem, para além dos financeiros? Que mais-valia traz para a sociedade? Qual o seu contributo? Que pegada? Afinal, que propósito?
Editorial publicado na revista Human Resources nº 107 de Novembro de 2019