A experiência no local de trabalho como base do sucesso

E se lhe disser que é possível aumentar as receitas da sua empresa, eventualmente até 16%, e reduzir os custos operacionais em 13%, só pelo simples facto de transformar o local de trabalho? Pensava duas vezes?

 

Por Tiago Minchin, Country manager da Avanade em Portugal

 

A chegar à terceira década do século XXI, a generalidade das organizações sabe bem quão crucial é a experiência do cliente (CX) para a vantagem competitiva. Muitas encontram-se já perfeitamente cientes do contributo que a experiência do colaborador (EX) traz para a sustentabilidade da estrutura empresarial. A criação de valor comercial sustentável exige mais, neste caso, uma abordagem dinâmica e holística da transformação do local de trabalho que engloba, para além da experiência do colaborador, tecnologia, operações, cultura e EX. A isto chamamos experiência no local de trabalho (WX).

Este não é um tema que se restrinja aos departamentos de Gestão de Pessoas mais sofisticados e de vanguarda. Ao mais alto nível, também os CEO de companhias globais de dimensão superior abordam e pretendem perceber de que forma este conceito de WX pode melhorar os resultados das suas empresas, sem que tal descure – muito pelo contrário – o factor humano. Não por acaso, os colaboradores são considerados a principal fonte de vantagens competitivas para um negócio. É também quase unânime a percepção de que uma transformação de sucesso assente no local de trabalho deve requerer uma abordagem global no interior do ecossistema empresarial onde a mesma se pretende implementar.

Mais complicado é concluir de que forma essa abordagem pode ser colocada em prática. Um estudo recente da Avanade indica que 38% dos cargos de primeira linha de grandes empresas de todo o mundo defendem que um membro da direcção deve liderar a transformação do posto de trabalho junto de um grupo multifuncional. Já 26% indicam preferir delegar no responsável de Tecnologia de Informação (TI) a liderança nessa transformação, sem qualquer outro membro envolvido. No entanto, aquando do momento da implementação, aproximadamente metade dos responsáveis defende que os líderes da organização devem estar envolvidos neste tipo de transformação.

Embora os argumentos a favor da transformação do local de trabalho sejam convincentes, existem inúmeros obstáculos a contornar. Desde logo, a necessária modernização e gestão da componente de TI, mas também a requalificação dos colaboradores ou a melhoria na capacidade de recrutar os grandes talentos. E, claro, a segurança e os riscos de ciberataques (os quais estão a aumentar e a tornar-se mais complexos) são outros aspectos que importa mitigar, antes de se aplicar uma estratégia que tenha em consideração a verdadeira experiência no
local de trabalho.

Preocupação comum aos principais decisores empresariais, uma transformação bem-sucedida da experiência de trabalho exige, ainda, uma modernização das plataformas e serviços no local de trabalho. E, num período onde tanto se discute o papel da máquina no local de trabalho do futuro (e, se calhar, já no presente), deve definir-se de vez qual a diferença entre a experiência digital e a física, para além de repensar a cultura empresarial. Isto porque o paradigma dos colaboradores sofreu uma alteração dramática nas últimas décadas, muito menos focada numa estabilidade no posto de trabalho, em detrimento de uma constância quanto à procura de novos desafios e exigências mais transversais.

 

Ver para além dos números
Os decisores empresariais demonstram perceber os potenciais ganhos de uma transformação bem-sucedida da WX, e são igualmente claros quanto aos desafios que se levantam relativamente a este conceito, cujo potencial de criação de valor sustentável requer a mobilização de toda a empresa. A variedade de factores que podem contribuir para uma melhor experiência no local de trabalho incluem a cultura da empresa, a experiência dos colaboradores, as operações e a tecnologia.

As ferramentas que as empresas começam a adoptar são igualmente amplas e pretendem conjugar estratégia, implementação, gestão de serviços, conhecimentos específicos da indústria, espaços físicos, ferramentas especializadas e inovação. Os executivos antecipam que transformar as experiências nos locais de trabalho trará claros benefícios para os resultados das corporações, incluindo aumentos de produtividade, eficiência de custos e crescimento. Estes também prevêem benefícios ao nível do bem-estar e compromisso por parte dos colaboradores.

 

Leia o artigo na íntegra na edição de Dezembro da Human Resources, nas bancas.

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