É o mercado a funcionar!
Por Ricardo Florêncio
As pessoas são efectivamente um activo e uma peça fundamental no sucesso das organizações. Escrito assim, parece uma repetição com pouco sentido, pois este tema já muito foi tratado. Não é verdade! Pois durante muito tempo houve uma clara inconsistência entre o que se afirmava e a realidade. Durante muito tempo tentou cultivar-se este princípio, mas não foi verdade na generalidade dos casos. Foi preciso esperar muito tempo para que se tornasse realidade. Hoje, sim, finalmente a grande maioria das organizações entende que as pessoas são mesmo o seu activo mais importante, fundamental, crítico. E a sua escassez, juntamente com a concorrência que se encontra instalada no mercado, leva a um árduo trabalho de captar, mas essencialmente de manter, essas pessoas fundamentais à organização. E utilizam-se as mais diversas formas para tentar reter, motivar, incentivar, convencer a permanência dessas pessoas.
Segundo os últimos estudos apresentados, há uma grande vontade de mudança por parte das pessoas. Seja por questões de flexibilidade, worklife balance, perspectivas de carreira, financeiras, desconhecimento das políticas da empresa, e até de localização do posto de trabalho – tudo motivos para que haja este desejo de mudança. A situação de pleno emprego em diversas funções, e a necessidade crescente das empresas em ter os recursos mais adequados e cada vez mais variados, leva a que cheguemos a situação de algum extremismo, com taxas de rotação muito elevadas. Estarão as empresas a falhar nos seus planos de actuação? Umas sim, outras talvez, mas algumas deverão estar a fazer tudo o que devem fazer. É apenas o mercado a funcionar!
Editorial publicado na revista Human Resources nº 110 de Fevereiro de 2020