A pandemia veio mudar as competências exigidas aos profissionais? Estas soft skills são as mais procuradas

A pandemia global levou as empresas a olhar para as competências de que a sua força de trabalho vai precisar nos próximos anos. A maioria dos CEOs estão preocupados por não saberem se terão o talento necessário para o futuro, mas apenas 18% realizaram progressos na implementação de programas de requalificação dos seus empregados. No guia “O futuro do trabalho – Como criar carreiras e profissionais resistentes ao futuro”, a Robert Walters analisa este tema e identifica as competências que serão mais procuradas no futuro.

 

A consultora de recrutamento especializado faz notar que «durante a pandemia, a quarta Revolução Industrial vai proporcionar uma rápida mudança na tecnologia nos mercados e as organizações vão precisar de pessoas que possam facilitar e maximizar esse valor. Enquanto a inteligência artificial (IA) ficará a cargo de tarefas mais administrativas e transacionais, serão os profissionais que irão manter o controlo em geral», sublinha-se.

Assim, na sequência do guia “Regresso ao novo mundo do trabalho”, a Robert Walter publica agora o guia “O futuro do trabalho – Como criar carreiras e profissionais resistentes ao futuro”, no qual aborda, entre outros temas, as competências mais procuradas do futuro.

A capacidade de pensamento crítico das pessoas continuará a ser essencial, sendo por isso que, segundo a pesquisa da Robert Walters, os responsáveis de contratação destacaram estas cinco habilidades pessoais como as mais solicitadas para o futuro:

 

1 – Comunicação
As organizações vão precisar de pessoas que possam não só ver o potencial comercial da tecnologia, mas que sejam também capazes de traduzir a sua visão de maneira que inspire os colegas.

2 – Business Intelligence
Os dados serão o combustível que impulsionará novos produtos, serviços e inovações. Assim, os profissionais que souberem converter dados em business intelligence serão muito procurados.

3 – Gestão / liderança
Os mercados estarão em rápido movimento, e para isso as organizações precisam de líderes que possam orientar e motivar as equipas para serem bem-sucedidas em mudanças contínuas.

4 – Colaboração
Muitas organizações vão ter cada vez equipas em trabalho remoto, o que exige pessoas que possam colaborar e fomentar a cultura corporativa de forma virtual.

5 – Gestão de Crise
Num mercado de trabalho altamente volátil, as empresas procuram profissionais que possam mitigar riscos de forma proactiva, gerir a ciber-segurança e apoiar as organizações em tempos desafiantes.

 

Competências emergentes
Juntamente com estas competências pessoais, os responsáveis de contratação devem procurar identificar os profissionais que demonstram estar preparados para se adaptar, à medida que a digitalização da força de trabalho continua a evoluir. De acordo com a consultora, os profissionais mais procurados serão os que já foram expostos à transformação digital e têm as competências tecnológicas para desempenhar o seu papel, à medida que as tecnologias continuam a desenvolver-se e influenciar a sua função ou sector.

O que não é novidade – mas ainda mais importante no actual contexto – é que é preciso aumentar as qualificações da força de trabalho. Em Janeiro deste ano, o Fórum Económico Mundial alertou: «O mundo está a enfrentar uma emergência de requalificação. Precisamos de requalificar mais de um bilião de pessoas até 2030.» As empresas necessitam assim de uma estratégia abrangente para garantir que a sua força de trabalho tem as habilidades necessárias a longo-prazo. Acima de tudo, é necessária uma “transformação de aprendizagem” que se concentre simultaneamente na conexão da requalificação contínua e no trabalho real.

Em contraste, um estudo de 2020 da PwC (Global Survey of CEOs) destaca que 75% dos CEOs estão preocupados por não saberem se terão o talento necessário para o futuro, mas apenas 18% realizaram progressos na implementação de programas de requalificação dos seus empregados. Adicionalmente, um em cada 10 líderes não realizou nenhum tipo de progresso no sentido de requalificar as suas equipas, embora 77% dos empregados estejam abertos a melhorar as suas qualificações.

Por outro lado, um relatório de 2018 do Fórum Económico Mundial prevê que 75 milhões de empregos podem perder-se para a automação a partir de 2022, mas que 133 milhões de novas funções poderão ser criadas.

 

Usar a tecnologia para identificar lacunas de competências 
Já existem ferramentas para que as empresas identifiquem as lacunas de competências atuais e futuras específicas do seu setor e organização, que podem ajudar os líderes a decidir onde redistribuir talentos, contratar novos profissionais e melhorar a força de trabalho atual. É importante que as empresas partilhem a sua estratégia de competências futuras com sua força de trabalho, pois isso fornece uma plataforma saudável para conversas sobre desenvolvimento de carreira para encontrar o equilíbrio entre as lacunas de habilidades e a vontade/aptidão das pessoas para preenchê-las. Essas discussões devem incluir tanto habilidades técnicas como soft skills.

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