Balanço de um ano de pandemia: reinvenção e cansaço
Apesar de o teletrabalho ser genericamente muito bem aceite – e até desejado – pelos profissionais, mais de um ano de “trabalho forçado” em casa, muitas vezes sem a possibilidade de ir ao escritório, nem de vez em quando, está a resultar em claro cansaço do isolamento
Por Ana Leonor Martins
É esta a percepção que os conselheiros da Human Resources têm em relação às suas equipas, partilhando que «são já vários os pedidos de excepção para voltar ao escritório, mesmo que não a 100%». No ano que passou, muitas pessoas têm estado numa curva de mudança, tem sido um período que exige muita reinvenção, reskilling e upskilling, «e isso, por si só, é cansativo. As equipas estão em esforço e o papel dos managers tem de ser reforçado», defende-se.
Não obstante, é unânime a opinião de que, hoje, a possibilidade de teletrabalho se tornou num fringe benefit e numa vantagem competitiva de sucesso. Passou a ser a primeira pergunta que os candidatos fazem num processo de recrutamento: “Em que modelo estão a trabalhar?” Para os presentes na reunião, é óbvio que o trabalho remoto veio para ficar e que vai passar a fazer parte das estratégias de employer branding, mas num modelo híbrido e flexível, que tem de ser ajustado à cultura de casa-empresa e a um mapeamento da produtividade. Também é consensual a ideia de que, neste equilíbrio, iremos ter mais presencial do que remoto, e de que não deverá haver, na maioria dos casos, “liberdade total” de escolha.
A reunião do Conselho Editorial da Human Resources contou com a presença de: Carla Gouveia (executive coach), Catarina Horta (Novo Banco), Clara Trindade (L’Oréal), Diogo Alarcão (gestor), Maria João Martins (My Change), Nuno Ferreira Morgado (PLMJ), Nuno Troni (Randstad), Pedro Fontes Falcão (ISCTE Executive Education), Pedro Raposo (Banco de Portugal), Pedro Rocha e Silva (Neves de Almeida HR Consulting) e Tiago Brandão (The Browers Company).
Artigo publicado na Revista Human Resources n.º 124, de Abril de 2021