Conhece o conceito de officeless? Provavelmente o futuro do trabalho passa por aqui
Reimaginar o trabalho depois da pandemia de Covid-19, colocando na balança os prós e contras do modelo remoto e presencial, está a ser um desafio.
A presença efectiva no escritório traz realmente um ganho de produtividade? Quais os efeitos da falta de convívio para a saúde mental das pessoas? Qual o ganho ao se poder aceder a conhecimento de altíssimo nível disponível em qualquer lugar do mundo, se os seus talentos estiverem exactamente onde eles gostariam de estar?
Fechar os escritórios e preparar as equipas para actuarem 100% remotos foi o plano de contingência para os negócios não pararem diante da maior crise sanitária que a nossa geração já viveu, avança a Forbes.
Cerca de 60% dos norte-americanos empregados trabalharam em casa nos primeiros meses de 2020 – destes, 80% relataram que gostaram e 41% sentiram-se mais produtivos do que antes, segundo um estudo da consultora McKinsey. Só na plataforma de comunicação do Zoom, com sede em San Jose, Califórnia (EUA), o volume de pessoas de todo o mundo que participaram por dia em reuniões passou de 10 milhões em Dezembro de 2019 para 300 milhões em Abril de 2020.
Com a retomada, estamos diante da oportunidade de redesenhar os modelos antigos e criar uma nova forma de trabalhar, aproveitando o melhor das tecnologias digitais e da nossa aprendizagem durante este período.
O conceito de officeless (menos escritório) ajuda a nortear um pouco o que está a ser pensado para o futuro. Não apenas relativamente ao home office, que para muitos líderes significa que os seus colaboradores devem trabalhar em casa, de preferência, reproduzindo a mesma lógica de ambientes compartimentados dos escritórios.
No officeless, a visão é de que se podem realizar as tarefas de onde se quiser. Pode ser na praia, no café, num coworking, num parque ou no escritório. Isso faz cada vez mais sentido, tanto que 40% das pessoas ouvidas por uma pesquisa da Accenture, realizada em 11 países, sentem que podem ser produtivas e saudáveis em qualquer lugar.
É uma nova perspectiva que se alinha com a dimensão Work-Life Integration, que tem como precursora a Haas School of Business da University of California, Berkeley. Não se trata mais de procurar um simples equilíbrio entre trabalho e vida, mas de se criar uma abordagem que crie sinergias entre todos os aspectos.
O trabalho, definitivamente, é bem mais que um ambiente físico. É a energia vital que move as pessoas na direcção dos desafios para alcançarem o seu propósito.
Tudo isto abre espaço para o trabalho híbrido e, a partir dele, para a lógica de que cada empresa poderá construir o seu modelo ideal.
É um processo que envolverá o mapeamento do que funcionou quando as equipas estavam distribuídas e áreas que tiveram perdas e ganhos para, assim, entender melhor a jornada de cada colaborador e o que fará sentido para todos.
Processos e tecnologia são importantes, no entanto, para esse novo modelo funcionar, é preciso preparar as pessoas.