E de repente, “DESFOCALIZOU”!
Por Ricardo Florêncio
E de repente, o tema principal da Gestão de Pessoas já não é bem a Gestão de Pessoas. A atenção e temas principais passaram a ser quem vai e quem não vai aos escritórios. Quem vai e quando vai. E se vai na segunda, terça, ou quarta-feira. E se vai toda a equipa. Ou só parte dela. E se vai em sistema rotativo. E quem define quais as regras para essa rotação. E quem escolhe os dias em que se vai. E porque não posso ser eu a escolher os dias em que vou? Isso é que é flexibilidade! E porque é que eu tenho de vir ao escritório, se aquele/a não vai? E se eu estive a trabalhar em casa durante ano e meio, porque não posso continuar a trabalhar em casa? E agora, atendendo a que estive a trabalhar em casa e mudei a minha residência para mais longe do meu local de trabalho, posso ficar a trabalhar em casa? E se tiver de voltar ao escritório, quem suporta os custos?
E um rol de questões adicionais. E junte-se a todas estas, aquelas que estão a ser estudadas e levantadas no âmbito de uma nova legislação de trabalho para incorporar as questões do teletrabalho e diversos custos envolvidos. E é assim! Estes são os assuntos que dominam as conversas, as preocupações, o tempo e a atenção das pessoas e de quem as gere. E todas as outras matérias da Gestão de Pessoas? Onde ficam nesta equação? Passaram todas para um segundo plano? Deixaram de ser importantes? Não! Longe disso! Mas vêem-se “embrulhadas” nestas dúvidas todas que passaram a ser o tema do dia.
Editorial publicado na revista Human Resources nº 130, de Outubro de 2021