Como envolver mais os colaboradores nas empresas?
Um estudo da Deloitte chega a diversas conclusões sobre a necessidade de “engagement” de forma a aumentar a produtividade e a retenção de talento.
Segundo o estudo, 86% dos responsáveis pelos Recursos Humanos das empresas assume a inexistência de uma “carteira de talentos”. Já 79% revela ter um problema em termos de retenção e envolvimento de talentos, com 26% a encarar este dilema como de resolução urgente. Já 77% sente que lhe faltam as competências ao nível da Gestão de Pessoas para combater este problema. 75% têm dificuldades na atracção de perfis-chave para determinados cargos e 17% defende ter uma “marca” capaz de atrair os melhores para a sua organização.
Uma das conclusões deste estudo é, defende Josh Bersin, um dos autores, num artigo da Forbes, a mudança dos objectivos dos colaboradores. «Os trabalhadores de hoje em dia querem mais. Querem algo diferente. São exigentes, querem trabalho com um significado e esperam que os empregadores tornem o trabalho em algo mais recompensador de diversas formas.»
Numa época em que cada vez mais os colaboradores prolongam a jornada de trabalho e em que as barreiras entre a vida laboral e pessoal se diluem, o “engagement” acaba por ser um factor essencial para as organizações actuais.
«As empresas que geralmente são consideradas melhores empresas para trabalhar não são aquelas que têm mesas de pingue-pongue e refeições gratuitas, são as que têm uma “alma” que torna o trabalho mais interessante e energizante. Estas empresas investem numa boa gestão e liderança. Formam e desenvolvem as pessoas para que possam crescer. E definem o negócio de forma a dar significado e um objectivo à organização», defende Bersin.
Para promover a cultura de confiança necessária para as organizações conseguirem manter talento é necessário «encarar os colaboradores como clientes», defendendo análises constantes ao sentimento e à satisfação da força de trabalho dentro da empresa, realça o especialista.
Outro factor é a necessidade de se promover a felicidade dentro da empresa e um maior equilíbrio trabalho-vida pessoal. E realça o facto de, segundo estudos citados no artigo, algumas retalhistas que contratam mais colaboradores de forma a libertar mais tempo junto da força de trabalho, acabam por ser mais lucrativas. Porquê? Porque os colaboradores ganham espaço para dar mais atenção aos clientes, tratar melhor das lojas e receber mais formação em diversas áreas.