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Cinco tendências da mobilidade global que vão marcar 2023
A mobilidade global tem evoluído à medida que o mundo se torna mais pequeno e interligado. Neste sentido, a realocação de talentos, a ascensão do trabalho remoto e híbrido e as viagens de negócios resultaram na necessidade de gerir forças de trabalho que estão distribuídas pelo planeta. Todo este novo panorama está a transformar o mundo da mobilidade global.
A Jobbatical, plataforma tecnológica que gere a alocação de colaboradores para empresas estrangeiras, identifica as cinco tendências que acredita que vão ganhar destaque em 2023.
1. Nomadismo digital
À medida que o mercado de trabalho se torna mais móvel e digital, é inevitável ir além dos modelos tradicionais de carreira. Em 2023, o talento será encorajado a mudar para novas funções, tarefas, projectos, e muitas vezes para diferentes geografias. De acordo com a Deloitte, 72% dos executivos pensam que a capacidade dos seus trabalhadores para se adaptarem, reciclarem e assumirem novos papéis é o factor mais importante ou o segundo mais importante para navegar no futuro disruptivo do mercado de trabalho.
2. Trabalho híbrido e remoto veio para ficar
A necessidade de trabalho flexível aumentou como resultado da pandemia global. 85% dos profissionais de recursos humanos inquiridos pelo Topia, em 2022, afirmaram esperar que os pedidos de trabalho à distância aumentem. E, em resposta, as organizações estão a definir estratégias de talento para se concentrarem no trabalho à distância. Embora o trabalho à distância traga muitos benefícios ao empregado e ao empregador, acrescenta desafios, complexidade e riscos que exigem que as organizações invistam em ferramentas e tecnologias concebidas para os mitigar.
3. Equidade e inclusividade são as palavras de ordem
Os trabalhadores sentem um maior sentimento de pertença quando é dada maior ênfase à diversidade, equidade e iniciativas de inclusão. Um estudo da Deloitte partilhou que as mulheres representam mais de 40% da força de trabalho global. Os Millennials compreenderão 75% da mão-de-obra até 2025, e 59% estão dispostos a trabalhar no estrangeiro. Adicionalmente, ainda que a imigração tenha os seus desafios e obstáculos, o talento estrangeiro tem sido muito procurado por combater a escassez de talento e contribuir para uma maior diversidade cultural, de valores e de experiências.
4. Aquisição e retenção de talentos
O combate à escassez de talento já não é novidade e no ano de 2023 o desafio continua. A acrescentar a isto, surge ainda a preocupação de reter talento. Para assegurar a aquisição e retenção de talentos de topo é necessário que sejam asseguradas políticas de trabalho flexíveis e satisfeitas as exigências e necessidades dos trabalhadores.
De acordo com um estudo de Topia Adapt 2022, 64% das pessoas forçadas a regressar ao escritório a tempo inteiro dizem ser mais provável que procurem um novo emprego. E entre milhões de desistentes todos os meses, 41% dos empregados dizem que a flexibilidade para trabalhar a partir de casa foi uma força motriz na sua decisão.
5. Equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional
Não é segredo que as prioridades dos funcionários se alteraram. Procuram cada vez mais um melhor equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal e uma existência mais feliz e fácil. Por isto mesmo, a saúde, o bem-estar e a flexibilidade são três pilares fundamentais para manter trabalhadores felizes e produtivos. O bem-estar deverá estar enraizado no tecido da cultura das empresas a todos os níveis, e não ser tratado como uma questão secundária.
Dado o actual panorama de guerra, alterações climáticas e crise, esperam-se em 2023 elevados recordes ao nível da imigração internacional, por isto, os países e o mundo do trabalho terão de estar preparados para receber e realocar inúmeros profissionais e dar-lhes boas condições de trabalho.
Em Portugal, durante o ano de 2022, a Jobbatical já realizou mais de 300 processos de realocação. Globalmente, iniciou cerca de 6000 casos de imigração de pessoas de 118 nacionalidades, deslocando-as para 22 países.