29% dos empresários portugueses quer contratar
A conclusão é de um inquérito conduzido pelo Grupo Sage.
Apenas 42% das pequenas e médias empresas portuguesas prevêem que o seu volume de negócios cresça no próximo ano e mais de um quarto (29%) prevê que o seu número de funcionários aumente, de acordo com um inquérito divulgado hoje pelo Grupo Sage.
O Estudo anual da Sage- Sage Business Index- inquiriu perto de 14 000 pequenas e médias empresas em 18 países de todo o mundo (1018 em Portugal) entre os dias 9 de Julho e 29 de Agosto de 2014.
No entanto, as empresas portuguesas estão, cada vez mais confiantes relativamente às suas próprias perspectivas, embora continuem pessimistas quanto à economia nacional, europeia e mundial. A nível mundial, a confiança das empresas atingiu o valor máximo registado nos últimos quatro anos, prevendo a maioria das empresas o crescimento do volume de negócios e do número de colaboradores nos próximos 12 meses.
Pela primeira vez em quatro anos desde que se realiza o Sage Business Index, as empresas a nível mundial estão mais optimistas do que pessimistas, com classificações a subir acima de 50 em todas as três áreas do inquérito: as suas próprias perspectivas, as expectativas relativamente às economias nacionais e as expectativas no que diz respeito à economia mundial.
Previsões de Crescimento
Portugal segue na cauda de outras nações nas suas expectativas de crescimento ao longo dos próximos 12 meses. Apenas 42% das empresas prevê que o seu volume de negócios irá crescer no próximo ano, em comparação com 58% a nível mundial, enquanto 30% prevê que o volume de negócios irá diminuir. Em média, as empresas portuguesas prevêem que o volume de negócios irá diminuir 0,6% nos próximos 12 meses. Apesar disso, mais de um quarto das empresas (29%) prevê que o seu número de colaboradores irá aumentar, em média, 0,6% no mesmo período de tempo, enquanto apenas 7% declararam ter planos para reduzir o número de colaboradores.
Confiança
As empresas portuguesas mantêm-se confiantes quanto às suas próprias perspectivas, tendo a confiança subido 5,07 pontos para 57,94 nos últimos 12 meses. Contudo, e apesar de uma subida significativa de 7,34 pontos para 44,70, a confiança na economia nacional continua 6,93 pontos abaixo da média global. De igual modo, e apesar de a confiança na economia mundial ter subido 5,79 pontos para 48,18 nos últimos 12 meses, continua 3,5 pontos abaixo da média mundial.
Na Europa, os países estão divididos quanto às expectativas relativamente à economia europeia. As empresas na Irlanda e em Espanha são as mais confiantes de todas, com uma classificação de 56,40 e 54,14 respectivamente. Enquanto no Reino Unido, na Alemanha e na Polónia são mais as empresas optimistas do que as pessimistas. Na Áustria, na Suíça e em Portugal, contudo, dá-se o inverso, tendo a classificação registada em todos estes países ficado abaixo de 50. De todas as nações inquiridas, a França é a mais pessimista em relação à economia europeia, com uma classificação de apenas 44,08.
Barreiras ao crescimento do seu próprio negócio
A nível nacional, os empresários consideram que o maior desafio a ultrapassar por parte das empresas em termos de crescimento foi o nível de burocracia governamental e a legislação, tendo 28% declarado considerar isso um obstáculo. As percentagens dos impostos e o agravamento fiscal foram considerados um impedimento por 22%. Consequentemente, 47% das empresas considerou a redução dos impostos como a medida mais importante que o Governo poderia tomar para ajudar as empresas. Segue-se a redução da burocracia e da legislação (20%).
Em termos globais, quase um quarto (23%) das empresas considerou a redução da burocracia empresarial como a medida mais importante que o Governo poderia tomar para ajudar as empresas, tendo mais de um quinto (21%) pedido uma redução dos impostos sobre as empresas.
Exportações
Entre as empresas mais confiantes estão as que operam para além dos limites do mercado nacional. Quase um terço (36%) das empresas inquiridas declarou ter actividade comercial noutros países que não o seu próprio, indicando que as exportações são responsáveis, em média, por 22% do seu volume de negócios. Com efeito, as empresas exportadoras afirmaram que o ano passado foi um ano bom, tendo 37% registado uma subida no seu nível de exportações, enquanto apenas 14% declararam uma descida. Para além disso, metade dessas empresas (50%) espera vir a ter um aumento nas exportações de cerca de 2,1% no próximo ano.
Contudo, muitas empresas consideram não estar a ser apoiadas nas suas ambições de crescimento das exportações. Apenas 6% declararam ter recebido o apoio de que precisam por parte do Governo, tendo dois quintos das empresas (40%) afirmado que a disponibilização de maiores incentivos financeiros é a principal medida que o Governo deveria tomar para auxiliar o crescimento das suas exportações.