Como a realidade virtual e o metaverso vão mudar o local de trabalho (já em 2023)
A Meta recorreu a alguns dos líderes influentes da indústria tecnológica, bem como a membros da equipa MetaWorks, responsáveis por levar o metaverso a locais de trabalho em todo o mundo, para identificar as principais tendências neste “novo mundo”.
Por Beltrán Seoane, Agency director da Meta em Portugal e Espanha
No que diz respeito ao metaverso, podemos pensar no ano de 2022 simultaneamente como o melhor e o mais confuso dos últimos tempos. É certo que muitos falam sobre o metaverso, mas várias pessoas permanecem na dúvida sobre o que realmente é. As novas tecnologias poderosas são emocionantes, mas também podem ser inquietantes, e continua a haver uma confusão compreensível sobre as mudanças que vão acontecer com uma internet mais imersiva e tridimensional.
De modo a obter uma melhor compreensão desta ambivalência de emoções em torno do metaverso, a Meta realizou recentemente um estudo com cerca de dois mil colaboradores e 400 líderes empresariais em empresas dos EUA e do Reino Unido, para entender como estas mudanças vão alterar o futuro do trabalho. Os resultados são convincentes: 66% dos inquiridos admite que a tecnologia de realidade virtual (RV) ajudará a replicar a sensação de união no escritório, sugerindo que, mesmo que não compreendam completamente o metaverso, os colaboradores estão entusiasmados com os tipos de mudanças no local de trabalho.
Para contextualizar estes dados, e dar uma ideia do que esperar este ano, a Meta recorreu a alguns dos líderes de pensamento mais influentes da indústria tecnológica, bem como alguns membros da equipa MetaWorks, responsáveis por trazer o metaverso para os locais de trabalho em todo o mundo.
Abaixo, encontram-se as quatro principais previsões para 2023.
1. Com um terço dos colaboradores a continuar a trabalhar remotamente, a tecnologia irá redefinir a comunidade e a inclusão
Mesmo quando os colaboradores continuam a regressar ao escritório, os especialistas estimam que cerca de um terço de todos os trabalhadores continuarão a trabalhar à distância. E muitas empresas (incluindo a Meta) estão a adoptar uma abordagem híbrida ao trabalho, permitindo aos seus colaboradores trabalhar de onde quer que possam ser mais eficazes. Isto coloca alguns desafios aos líderes empresariais.
Apenas 19% dos trabalhadores inquiridos afirmaram que as videoconferências os fazem sentir mais presentes nas reuniões, e só 15% acreditam que conduzem a uma maior colaboração com os colegas. «As empresas precisam de pensar nas experiências imersivas que irão apoiar equipas distribuídas e construir cultura e ligação num ambiente virtual», diz Brynn Harrington, vice-presidente da Meta People Experience. Curiosamente, 69% dos trabalhadores e líderes dizem que gostariam que as reuniões fossem mais imersivas e envolventes e 55% pensam que deveria ser mais fácil participar em reuniões virtuais quando estão em movimento.
«Estamos a construir o metaverso de uma forma que funcione através de superfícies 2D e 3D; seja compatível com dispositivos móveis, desktop, e até RV; e que se adapte a uma série de circunstâncias do utilizador, tais como trabalhar no campo ou em movimento», afirma Harrington.
«O trabalho moderno não é de tamanho único. É apenas quando construímos e priorizamos diferentes estilos de trabalho – que, por sua vez, conduzirão à inclusão – que seremos capazes de colher os verdadeiros benefícios das tecnologias emergentes.»
A maioria dos colaboradores parece concordar: 66% pensa que o metaverso ajudará a replicar o sentido de união que advém de estar no escritório. Como irão os líderes responder? Jacob Morgan, o notável autor, orador e futurista, sugere que adoptem a mentalidade de um chef de cozinha: «Os líderes devem equilibrar dois ingredientes cruciais na proporção certa.»
«Estes são a humanidade, para garantir que a organização se mantém humana, e a tecnologia, utilizando ferramentas para garantir que a organização se mantém eficiente, produtiva e conectada», refre Morgan.
2. Em resposta à procura dos trabalhadores, as empresas começarão a fazer investimentos significativos em tecnologia realidade virtual (RV) e realidade aumentada (RA)
A nossa investigação concluiu que 83% dos inquiridos são mais felizes quando se sentem incluídos no trabalho e 80% estão mais satisfeitos num ambiente de colaboração. Este tipo de sentimentos reflectir-se-á em breve nos planos de despesas de muitas empresas.
«Com o trabalho híbrido firmemente incorporado nos planos das empresas, vamos começar a ver orçamentos de hardware tradicionalmente reservados para a transição para dispositivos de RV pela primeira vez», explica Ryan Cairns, vice-presidente da MetaWorks. Quase três quartos dos líderes empresariais inquiridos disseram ter investido em tecnologia RV e RA.
Em média, os líderes empresariais atribuíram cerca de 15% do seu orçamento total de tecnologia a RV e RA, e 80% esperam que esse valor aumente nos próximos dois anos. Até 2028, o mercado de tecnologias de realidade estendida (XR) irá registar uma taxa de crescimento anual composta de 63%, de acordo com Alaa Saayed, director sénior do Programa de Serviços de Conteúdo Digital da empresa de consultoria Frost & Sullivan. «Para 2023, especificamente, esperamos que mais empresas passem da prova de conceitos para a implantação total das tecnologias XR para aumentar a eficiência do trabalho e enriquecer as comunicações e a colaboração», declara Alaa Saayed.
Leia o artigo na íntegra na edição de Março (nº. 147) da Human Resources, nas bancas.
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