António Carlos Rodrigues, CEO do Grupo Casais: «Construímos obras, carreiras e pessoas»

Desafiar e motivar jovens talentos a enfrentar os desafios do mercado e prepará-los para uma vida profissional de sucesso está na base da iniciativa Arte e Engenho, do Grupo Casais. No passado, este programa anual reteve 95% dos jovens na empresa após o primeiro ano. Na 16.ª edição, o principal objectivo continua a ser esse. E «implementar o espírito de pensar e fazer diferente».

 

Por Tânia Reis

 

Desde 1958, a Casais tem vindo a conquistar o seu lugar no sector da Construção e, actualmente, já opera em 17 países, entre os quais Arábia Saudita, Brasil, Estados Unidos da América e Reino Unido. Com foco na inovação, sustentabilidade, desenvolvimento e tecnologia, o Grupo assume o compromisso “Well Built for Well Living”, visível no desenvolvimento de vários projectos, como o programa Arte e Engenho, que já vai na sua 16.ª edição.

Este programa de trainees anual «consiste em nove meses de estágio remunerado, com acompanhamento de um tutor», explica António Carlos Rodrigues, CEO do Grupo Casais, acrescentando que, «ao longo do período de estágio, os jovens talentos terão a oportunidade de passar por diferentes áreas e poderão ainda ter, durante três meses, a componente da experiência internacional».

Empenhados na criação de impacto positivo e com a convicção de que a formação pode contribuir para esse objectivo, o responsável acredita que o projecto «não só dinamiza o sector, como representa, para jovens talentos, uma oportunidade de adquirir experiência e de se inserirem no mercado de trabalho». E assegura: «Enquanto organização, estamos focados em servir as necessidades da sociedade, e é nesse sentido que construímos obras, carreiras e pessoas.»

O caminho tem sido proveitoso. Dos mais de 300 candidatos por edição, têm conseguido «reter uma grande parte deste talento e gerar consequências positivas em termos de desenvolvimento, com óptimo feedback por parte dos trainees».

O processo de selecção é exigente, porém «os seleccionados acabam por reflectir esse empenho nos desafios que lhes são colocados posteriormente» e, por isso, a aposta na «formação destes talentos que vêm com a motivação certa para criar valor » faz todo o sentido, permitindo «implementar na empresa este espírito de pensar e fazer diferente», garante.

Os destinatários são perfis alinhados com os valores e ADN do Grupo Casais, ou seja, «jovens com motivação e vontade de contribuir para um impacto positivo na sociedade», despertos para temas de inovação e transição verde.Os candidatos, licenciados, elegíveis para estágio profissional – factor preferencial – ou com menos de dois anos de experiência, devem ter nível mínimo de B1 a inglês escrito e oral e disponibilidade de mobilidade geográfica para trabalhar a nível nacional e internacional. Abrangendo transversalmente todas as áreas de negócio da empresa, as áreas de formação consideradas são «Arquitectura; Recursos Humanos; Engenharias; Marketing; Informática; Económico-Financeiro; Logística; Jurídico e Prevenção e Segurança».

O processo de selecção tem várias etapas, todas elas de carácter eliminatório com feedback, e inicia-se com uma triagem curricular, seguida de avaliações presenciais com a área de Recursos Humanos e directores do grupo, para terminar com uma entrevista com o CEO. O intuito é avaliar as competências técnicas e o comportamento dos candidatos, bem como aferir as suas ambições profissionais. Os seleccionados têm um programa de acompanhamento específico e a oportunidade de participar em várias actividades da organização e de experienciar várias áreas.

 

Ajudar a trilhar o caminho
No passado, o programa Arte e Engenho permitiu ao Grupo reter 95% dos jovens na empresa após o primeiro ano – a maioria permanece ainda hoje –, e alguns «assumiram já direcções de mercados, de produção, de negócios, bem como direcções de obra, de planeamento, entre outras funções». Na verdade, esse é o principal objectivo – que se mantém desde a 1.ª edição – «reter todos os jovens seleccionados para trainees, fazendo com que se sintam constantemente desafiados », afirma o CEO.

A integração dos futuros profissionais em vários departamentos, além da visão mais global, permite «a absorção de conhecimento em várias áreas da empresa e a aquisição de experiência e termos técnicos, mas também a nível de contacto com outros profissionais, com muita experiência, capazes de mostrar em exemplos reais a aplicação de vários conhecimentos», reitera.

Para António Carlos Rodrigues, «o facto de cada trainee ter um programa adaptado a si pode ajudar ao desenvolvimento e à evolução do seu percurso e pode também ajudar muito na identificação de futuros objectivos e áreas de interesse ». Por outro lado, a oportunidade de estar em contacto com jovens com muito potencial e novas ideias e que, «ainda com uma visão pouco formatada, conseguem acrescentar e trazer insights muito interessantes ao negócio», constitui uma experiência valiosa para o Grupo Casais. «Ajudar a desenvolver perfis num ponto tão inicial nas suas carreiras para identificar desde logo pontos críticos a trabalhar, tendo em conta o sector e aquele que acreditamos que será o seu futuro», é outro ponto-chave relevante do programa.

A experiência internacional aporta igualmente mais-valias, pois permite «trazer competências específicas em termos de agilidade e capacidade para solucionar alguns desafios», e pretendem continuar a desenvolver esta componente. «Estamos convictos de que esta experiência contribui activamente para a adaptação à mudança e a novos contextos », defende António Carlos Rodrigues. Naturalmente, também traz desafios. «Toda a adaptação a um contexto totalmente diferente da realidade académica é, em si, um desafio, sobretudo para questões como organização, ritmo, metodologia.»

Contudo, o CEO dá nota de que «é interessante ver a forma como cada perfil vai descobrindo as suas ambições e, à medida que tem oportunidade de ir aplicando conhecimentos, percebe quais as tarefas com que mais se identifica».

 

Leia o artigo na íntegra na edição de Março (nº. 159) da Human Resources.

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