Parar… Pensar… Realinhar: Venha Qualquer Mudança!

Um lugar comum é afirmar-se que o sucesso de uma Organização passa pelo Talento dos Colaboradores. Dentro desta linha há uma busca incessante em otimizar e desenvolver o mesmo para se atingirem os melhores resultados. E, nesta lógica, quando se fala de resultados, inevitavelmente pretende-se que os mesmos sejam de cariz financeiro. Até porque existe sempre a justificação que sem os mesmos não se conseguem ter mecanismos de compensação adequados ao reconhecimento da performance e do contributo individual e coletivo para esses mesmos resultados.

Por António Saraiva, Business Development Manager – ISQ Academy

Ao analisarmos determinados estudos e artigos recentes começamos a confrontar-nos de que existe uma crise de Talento nas Organizações. Mas será que é um fenómeno novo? Ou será que o se interpretava por Talento, hoje em dia está completamente… desatualizado! Certamente é importante posicionarmo-nos na velocidade que a transição digital e, também, a designada transição verde está a aportar ao Mercado de trabalho. E, neste contexto, começamos a detetar que as Organizações não estão a acompanhar com a mesma velocidade o desenvolvimento das competências dos seus colaboradores. Verificando-se, ainda, que o exercício da Liderança é cada vez mais exigente perante o contexto atual de Mudança.

Parar para pensar e realinhar, não tem sido, na maioria dos casos, a metodologia seguida. Como qualquer transição emergente está a ser demasiado rápida, há a sensação que qualquer momento de reflexão é mera perda de tempo. Desta forma, há uma lógica de incêndio – ardeu, apagou! O percecionar porque o incêndio aconteceu e como aconteceu, e o tentar perceber como evitar reacendimentos, não tem sido a lógica. Convém aqui realçar-se que os próprios bombeiros preferem gerir a prevenção do que apagarem fogos. E é nesta lógica que as Organizações se devem situar, uma análise de como qualquer transição está a acontecer, determinar-se as perspetivas de acelaração da mudança, definirem-se claramente prioridades de ação e, acima de tudo, o que fazer, como e quando, para que as Pessoas na Organização se preparem para a Mudança.

Toda e qualquer mudança inclui impactos, mais ou menos dolorosos. Quantas vezes achamos que uma simples dor de cabeça se resolve com um analgésico e, afinal de contas, quando efetuamos um diagnóstico médico mais aturado, se percebe que só se resolve com um antibiótico ou com um tratamento específico? Por isso, talvez se recomende um check up organizacional antes de processos de tomada de decisão abruptos, apenas motivados pelo stress causado pelas acelarações de contexto. Pensar a Organização significa entender a relação e interoperabilidade de diversos fatores: psicológicos, sociais, cognitivos, emocionais e, sim, também, económicos. Mas pensá-los na lógica que as Organizações são constituídas por Pessoas.

Ter uma visão holística, interna e externa, apoia fortemente decisões objetivas e racionais, permitindo de seguida intervenções específicas coerentes e sinérgicas, obviando enviesamentos comportamentais. Desta forma, mais facilmente percebemos e trabalhamos sobre o potencial de desenvolvimento das Pessoas, obtemos o seu comprometimento com a Cultura Organizacional e com os objetivos de negócios e, desta forma, atrai-se e retém-se Talento, indispensável a qualquer transição de Mercado e, até, da Sociedade como um todo.

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