Ana Petrucci, Intelcia: «Alinhar os interesses corporativos e individuais»

Ana Petrucci, HR and Brand & Engagement director da Intelcia, faz notar que «há uma necessidade crescente de flexibilidade no trabalho e mostram que o sucesso de modelos híbridos depende da capacidade das empresas de se adaptarem. Uma revisão regular das políticas, com base em pesquisas internas e feedback, pode ajudar a alinhar melhor os interesses corporativos e individuais».

 

«Neste LVI Barómetro, foi colocada a questão de como os colaboradores encaram o modelo de trabalho instituído pelas empresas. Ao analisarmos os resultados, os números reflectem tendências interessantes sobre as preferências e os comportamentos dos colaboradores em relação ao trabalho remoto e híbrido, com 57% a indicarem preferência por mais dias de trabalho remoto. Isto evidencia que, mesmo num modelo híbrido, há uma insatisfação com a actual divisão entre trabalho presencial e remoto e uma possível desconexão entre as políticas das empresas e as preferências dos colaboradores. E 14%, inclusive, não cumpre o modelo em vigor, demonstrando uma clara resistência ao modelo implementado e um desalinhamento entre a cultura empresarial e as expectativas dos colaboradores.

A popularidade do modelo híbrido (63%) demonstra que se consolidou como uma solução viável pós-pandemia. No entanto, a sua eficácia dependerá de uma boa gestão e da adaptação às necessidades dos colaboradores. Esses dados apontam para uma necessidade crescente de flexibilidade no trabalho e mostram que o sucesso de modelos híbridos depende da capacidade das empresas de se adaptarem. Uma revisão regular das políticas, com base em pesquisas internas e feedback, pode ajudar a alinhar melhor os interesses corporativos e individuais.

O sucesso dessas medidas depende da percepção dos colaboradores sobre a sua utilidade e equilíbrio com as suas preferências. Forçar um retorno sem justificar ou atender às expectativas pode levar à insatisfação e ao aumento de turnover. Sendo a atracção e retenção de talento um dos grandes temas/desafios e prioridades na Gestão de Pessoas para 2025, o regresso ao trabalho presencial é uma questão estratégica que precisa de ser conduzida com equilíbrio e foco nas necessidades de ambas as partes. Ao alinharem as expectativas, as empresas estarão mais preparadas para construir ambientes que inspirem produtividade, inovação e compromisso, garantindo vantagem competitiva no mercado.»

 

Este testemunho foi publicado na edição de Dezembro (nº.168) da Human Resources, no âmbito da 56.ª edição do seu Barómetro.

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