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Organização Internacional do Trabalho diz que IA afectará mais um grupo de pessoas em particular
A automatização do trabalho provocada pela inteligência artificial (IA) vai afectar mais as mulheres do que os homens, afirmou o director-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), na cimeira sobre a IA, em Paris.
O director-geral da OIT, Gilbert Houngbo, disse numa mesa redonda no Grand Palais, que reuniu líderes políticos e do mundo da tecnologia, que «a maioria dos empregos que serão automatizados serão empregos em que há uma maioria de mulheres a trabalhar».
O responsável acrescentou que as categorias de empregos que «serão destruídas irão aumentar o fosso entre homens e mulheres».
Todavia, o chefe da agência da ONU salientou que, por enquanto, a IA está a criar mais empregos do que a destruir, mesmo que estes novos empregos sejam provavelmente «menos bem pagos e menos protegidos».
No total, a inteligência artificial deverá ter um impacto em 2,3% dos empregos a nível mundial, ou seja, cerca de 75 milhões de postos de trabalho, segundo a OIT.
«As pessoas que escrevem para a televisão, as pessoas que trabalham em centros de atendimento telefónico, todas estas pessoas estão extremamente preocupadas com a possibilidade de a IA reduzir a sua autonomia ou substituí-las completamente», acrescentou a secretária-geral da federação sindical internacional UNI Global Union, Christy Hoffman.
Para que estes trabalhadores não sejam negligenciados, Gilbert Houngbo apelou para um «apoio real através de um sistema de protecção social», bem como à «formação contínua» dos trabalhadores.
«Porque, na verdade, não é a inteligência artificial que vai tirar os nossos empregos, mas a falta de preparação para desenvolver novas competências no contexto da IA que o vai fazer», sublinhou.