![](https://hrportugal.sapo.pt/wp-content/uploads/2025/02/vencedores-purpose-lab-2025.png)
Já são conhecidas as 10 empresas com mais Propósito em Portugal
Foi na Abreu Advogados que decorreu, no dia 12 de Fevereiro, a cerimónia de entrega de prémios das empresas com mais Propósito em Portugal, iniciativa do Purpose Lab em parceria com a Relative Impact e a Human Resources Portugal. Além dos vencedores, foram também apresentados alguns resultados do estudo que mede o nível de Propósito das empresas.
Ana Sofia Batista, sócia da Abreu Advogados, e Ricardo Florêncio, CEO do Multipublicações Media Group, deram as boas-vindas, na qualidade de anfitriã e parceiro da iniciativa, respectivamente.
Rita Romão, directora da Fundação EDP, conduziu a cerimónia e chamou a palco Nikolaus Hutter, partner e co-fundador da Relevant Ventures, que defende que, actualmente, atravessamos uma “polycrisis” e estamos num ponto de viragem.
«Estamos numa mudança de paradigma, num ponto de inflexão de mudança de paradigma, em que sentimos o braço de ferro entre forças», por um lado os valores da democracia, do Estado de direito, tolerância, liberdade de expressão e igualdade de oportunidades e, por outro, «uma autocracia alimentada pela tecnologia» e é preciso decidir qual o caminho a seguir.
Esta policrise requer uma reformulação e abordar «o propósito do porquê de fazermos o que fazemos para lidar com a crise». Porém, o progresso está a ser lento e há inclusivamente retrocesso. A seu ver, isso acontece porque os mercados falham. «E não apenas no sentido tradicional, mas em cumprir o seu propósito de canalizar os recursos para onde são necessários.»
Assim, a mudança de paradigma tem de acontecer no próprio conceito de “valor” e considerá-lo a partir da resolução de problemas e não somente da multiplicação de dinheiro. «Não sobreviveremos se não aceitarmos isso.» E defendeu que os negócios com propósito são melhores, moral e comercialmente, e quem os abraçar conseguirá prosperar.
Seguidamente, Luís Portela, presidente da Fundação Bial, partilhou a experiência de mais de quatro décadas na qualidade de CEO, posição que assumiu na farmacêutica aos 27 anos. E descreveu o processo de construção de uma liderança servidora. «Quando tentamos ser úteis aos outros, quando tentamos ser bondosos, simpáticos e estamos disponíveis para ajudar, mais cedo ou mais tarde, a vida devolve-nos isso.» E acredita que o mesmo se aplica às empresas e à forma como são geridas.
Ao contrário do que acontece no magnetismo, em que polos opostos se atraem, no pensamento é o oposto. «O positivo atrai o positivo e repele o negativo e vice-versa. Por isso, gostamos de conviver com pessoas que pensam mais ou menos como nós e não com aquelas que pensam de forma muito diferente da nossa.» E Luís Portela defende essa postura na gestão. «Quando assumimos uma postura construtiva, atraímos energias positivas e tornamo-nos o motor do disengagement. Quando pensamos negativamente ou assumimos posições destrutivas, pelo contrário, ficamos presos.» Por isso, defende que o líder deve ser o primeiro a alinhar o seu propósito pessoal com o da organização. E esse propósito é a melhoria e a evolução.
Antes de os vencedores serem revelados, Georg Dutschke, Senior partner e cofundador do Purpose Lab, fez uma breve restrospectiva do projecto e o modelo conceptualizado nos últimos cinco anos da medição do propósito nas organizações, que considera três dimensões, que permitem avaliar a existência de um “propósito na organização”, um “propósito na função desempenhada” e o seu alinhamento com o “propósito pessoal”, numa escala de um (não existe propósito) a cinco (existe propósito).
O principal resultado do estudo que, em 2024 ,teve participação de mais de 14 mil profissionais e 4000 consumidores, mostra que uma organização que não tenha um propósito e não contribua para o bem-estar da sociedade, terá menos acesso a talento (- 38%), maior absentismo (+ 50%) e menor produtividade (- 9%).
Igualmente, nas organizações onde não existe propósito, a probabilidade de saída é de 71%, enquanto naqueles em que o há, a probabilidade de sair é de 10%, comprovando assim o impacto e a relação entre o propósito e a vontade de sair.
Outro dado interessante prende-se com o reconhecimento do propósito nas várias faixas etárias, em que não se registam grandes diferenças, mas a vontade de sair vai diminuindo. No caso dos vários modelos de trabalho actualmente em vigor, no que se refere à percepção do propósito por parte dos profissionais que trabalhampresencialmente e os remotos, aqueles revelam menos vontade de sair da organização e estes demonstram estar menos envolvidos, comprometidos e tem dúvidas sobre o seu propósito pessoal enquanto colaborador.
Por fim, Rita Romão, responsável do Purpose Lab, anunciou as empresas que se destacam no âmbito do propósito em Portugal.
Top 10:
- Staples
- Ares do Pinhal
- Club 7
- Abreu Advogados (de referir que apenas foi identificado o Top 3, as restantes empresas foram apresentadas por ordem alfabética)
- Baquelite Liz
- Faro Boats
- Miligrama
- RRJ Arquitectos
- Semear
- Tux & Gil
O evento terminou com a entrega do Prémio Carreira por parte de Roberta Medina, vencedora do galardão no ano passado, a Luís Portela, presidente da Fundação Bial.