O novo paradigma: “liquid workforce”
Por Mariana Canto e Castro, directora de Recursos Humanos e departamento Jurídico da Randstad Portugal
O novo paradigma do recrutamento que os anglo-saxónicos descrevem facilmente: “hire talent, train skills”; e no actual mercado de trabalho, em constante transformação, nada pode ser mais verdadeiro.
Um colaborador cheio de talento e com a atitude certa pode desempenhar qualquer função; se estiver motivado e envolvido na mesma, mais fácil se torna essa multidisciplinariedade sequencial em termos de carreira. Multifacetado e mais apto a ajustar-se à constante evolução de funções, será uma mais valia para a empresa que integra. Irá fazer parte da “liquid workforce” – um conjunto de talentos, capazes de desempenhar, com igual nível de elevada performance, um diverso número de funções, adaptando-se às necessidades do momento.
E se as competências são imprescindíveis, elas serão, ainda assim, auto limitativas sem a vocação natural de cada um – é o mesmo que pensarmos numa peça sinfónica tecnicamente executada de modo exemplar, mas sem a “centelha” que incendeia audiências e as faz aplaudir de pé.
Por isso, as empresas apostam cada vez mais, no desenvolvimento dos talentos para desafios de crescimento e excelência, apostando na formação ou reconversão; e depois de identificado este colaborador evolutivo, transformacional e camaleónico, segue-se o desafio de o reter. Como? Pelo carisma da liderança – motivacional e inspiracional – e pelo sentimento da importância da função.
Quer aceitar o novo paradigma do recrutamento? Não contrate o melhor aluno da turma que todos os dias faz os tpcs e tem o dedo no ar para responder às perguntas do professor, cujas respostas decorou.
Invista no outro aluno, aquele que sabe a matéria e constrói as suas próprias respostas, que não desiste de fazer perguntas para perceber, crescer e melhorar e que na aula seguinte está lá, novamente a dedicar-se com o mesmo empenho! É esse que vai fazer a diferença! E esse alento, essa força não se ensina…. Sente-se!