A ambição de ser uma empresa top of mind para os jovens no início de carreira

Com início previsto já no próximo mês de Julho, os “Summer Internships – Dive into Industry 4.0” permitem aos estudantes de Engenharia Informática terem a sua primeira experiência profissional «em contexto real». Ainda que não sinta dificuldades em atrair talento jovem, a Critical Manufacturing duplicou as vagas nesta 10.ª edição e recebeu mais de 150 candidaturas.

 

Por Tânia Reis

 

Desde 2013, a Critical Manufacturing, empresa que desenvolve software para mercados de alta tecnologia industrial, promove os Summer Internships – Dive into Industry 4.0. Com um total de 20 vagas disponíveis – mais do dobro das atribuídas no ano passado –, destina-se a estudantes de Engenharia Informática que, independentemente do ano que em estão, têm ali a oportunidade perfeita de anteciparem uma experiência no mercado de trabalho.

«Esta iniciativa tem como objectivo abrir as portas da empresa a estudantes que estão a frequentar ou a acabar a licenciatura, oferecendo assim a oportunidade de desenvolverem um trabalho interessante durante o período do Verão e adquirir competências práticas, nomeadamente integração e trabalho em equipa», explica Liliana Macedo, People Operations manager.

A selecção dos candidatos começa com a triagem de currículos, onde o requisito primordial é ser aluno da licenciatura de Engenharia Informática, já que todos os estágios são para a área de software development. A segunda etapa do processo selectivo consiste na criação de um vídeo de apresentação e, ainda que haja a partilha de um template, é esperado que o estudante seja criativo e inovador e não se limite ao guião inicial. «Essa criatividade e inovação vão ser chave para a escolha dos candidatos.»

A última etapa acontece presencialmente, num open day na empresa, onde são apresentadas 20 propostas, distribuídas por cinco áreas – Product Development, Deployment Services, Managed Services, Quality e People Operations –, e os estudantes têm de escolher o projecto de acordo com as suas preferências, «exactamente como fizeram quando se candidataram à universidade».

Assim que o período de exames termina, iniciam o processo de integração na empresa, que se prolongará por dois meses, no mínimo. Liliana Macedo realça que este processo selectivo é distinto, pois procuram competências sociais relevantes, como «a motivação para o estágio, o porquê de escolherem a empresa, e também a adequação à cultura».

 

A importância da ligação às universidades
Pese embora as posições de Engenharia serem as mais difíceis de preencher no mercado actual, este programa permite à Critical Manufacturing manter e desenvolver as «excelentes relações» que têm «com as universidades e os estudantes, e, claro, integrar novos profissionais na empresa, sempre que possível».

No ano em que completam 10 edições de estágios de Verão, a People Operations manager faz um balanço positivo e destaca que o número de candidatos tem vindo a aumentar, de ano para ano. As idades dos estagiários são geralmente entre os 19 e os 23 anos, e a FEUP (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto), o ISEP (Instituto Superior de Engenharia do Porto) e a FCUP (Faculdade de Ciências da Universidade do Porto) são as principais faculdades de onde recebem os estudantes.

Em 2023, a duplicação do número de vagas deve-se ao crescimento da empresa. Liliana Macedo garante que não têm «dificuldades em contratar os perfis mais júnior», e pretendem continuar a ser «uma empresa que oferece oportunidades aos mais jovens e que é uma excelente opção para iniciarem a sua actividade profissional». Para esta edição, receberam mais de 150 candidaturas, revela a responsável visivelmente satisfeita, acrescentando que iniciativas como esta contribuem para posicionar a «Critical Manufacturing como uma empresa top of mind», no momento em que os jovens iniciam a sua vida profissional.

Claro que o facto de ser um estágio remunerado – cada estagiário aufere uma compensação mensal de 500 euros – também constitui factor de atractividade. «Ter uma compensação pelo estágio, ainda que durante um curto espaço de tempo, é fundamental para a atracção e motivação dos estudantes», constata. Ainda que a própria oportunidade seja bastante apreciada, reconhece que os estagiários «valorizam todo o acompanhamento que lhes é dado, a informalidade da empresa, a transparência da cultura e a possibilidade de trabalharem em equipa e aprenderem em contexto real».

 

De portas abertas para todos
É no Open Day que tudo se decide e que, reconhece a responsável, traz benefícios a todos. Durante a manhã, os candidatos são convidados a conhecer a empresa de forma aprofundada, em termos de áreas, clientes e projectos que desenvolvem. No período da tarde, decorre a apresentação de propostas e selecção de estágios por ordem de preferência. «Gostamos sempre de abrir as nossas portas ao exterior, e por isso achamos que este dia promove a aprendizagem para todos os intervenientes.»

Para os colaboradores, é a oportunidade de partilharem informação sobre o seu dia-a-dia e sobre a empresa e a sua cultura, enquanto para os novos estagiários é a oportunidade de conhecerem pela primeira vez «a realidade do contexto empresarial, especialmente numa empresa tecnológica, que reúne todas as vantagens para darem início à sua carreira».

Já durante o estágio, é dado todo o acompanhamento necessário ao estagiário, de acordo com as suas necessidades. «Normalmente, os estudantes têm mais questões técnicas relacionadas com o nosso software e tecnologias utilizadas, ou mesmo sobre o nosso negócio. » Reconhecida a importância de ter todo o contexto para iniciar o projecto, a Critical Manufacturing aposta, numa fase inicial, «num processo de onboarding muito completo, e depois é feito o acompanhamento de um orientador que, por norma, é o responsável do próprio projecto».

Na edição deste ano, a expectativa é «continuar a aprender e a promover a aprendizagem dos estudantes que se juntam» à empresa. Ao dar a oportunidade aos estudantes de conhecerem um ambiente real de trabalho, ambicionam que estes sintam a vontade de regressar para integrar a organização no final da licenciatura ou mestrado, ainda que essa opção de ficar na empresa no final do estágio seja dada aos estudantes com os projectos mais bem-sucedidos. «Queremos que sejam umas semanas produtivas e que, de alguma forma, marquem positivamente todas as pessoas que por aqui passam.»

Contrariamente ao que é comummente partilhado, Liliana Macedo considera que os alunos vêm cada vez mais preparados, «quer do ponto de vista técnico, quer ao nível comportamental». E garante que «a vontade de aprender e fazer são sempre uma certeza no decorrer do estágio, o que é sem dúvida uma mais-valia» e faz com que continuem a apostar nestas iniciativas.

Além deste programa de estágios, desenvolvem outras iniciativas para atrair talento, tais como estágios curriculares em colaboração com as principais universidades do Porto, participação em eventos tecnológicos, como a Porto Tech Hub conference, e em feiras de emprego, eventos nas universidades, tech talks, acções com escolas técnicas, programa SWitCH, entre outras.

 

Este artigo foi publicado na edição de Junho (nº. 150) da Human Resources, nas bancas. 

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