A escassez de talento chegou ao exército americano. Descubra por que a maioria da Geração Z está inapta

A escassez de recursos humanos continua a espalhar-se pelas organizações norte-americanas e, segundo relata o Insider, nem o exército está imune. Recentemente, fontes oficiais confirmaram que faltam 15 mil soldados no exército, 25% abaixo das necessidades de recrutamento para este ano. E o mesmo acontece com outros ramos das forças armadas.

 

As razões variam, porém, mesmo que as forças armadas fossem o único empregador a recrutar, tudo leva a crer que a grande maioria da Geração Z – o actual “público-alvo” de recrutamento – nem sequer estaria apta.

Segundo um estudo de 2020 do Pentágono, divulgado recentemente, 77% dos jovens entre os 17 e 24 anos não estavam aptos para serviço militar, um aumento de 6% do estudo anterior de 2017. Os motivos “excesso de peso”, “abuso de álcool e drogas”, condição “médica/física” e “saúde mental” foram os que tornam 11%, 8%, 7% e 4% dos “recrutas” inaptos, respectivamente.

Além da aptidão, factor preocupante para as altas instâncias daquele país, outros obstáculos têm dificultado, mais recentemente, o recrutamento. «Os jovens estão menos envolvidos e menos interessados comparativamente às gerações anteriores», revelou Charlie Dietz, representante do departamento de Defesa norte-americano.

À semelhança de empresas que, devido à escassez de mão-de-obra, aumentaram remunerações e pacotes de benefícios, também o Exército aumentou os bónus de determinados cargos, mas os resultados não estão a ser os esperados. De acordo com o relatório do Pentágono, mesmo que milhares da Geração Z corressem para se juntar às forças armadas, seriam muito provavelmente considerados inaptos.

Em 2021, segundo a Universidade Johns Hopkins, 56% dos norte-americanos entre os 18 e os 25 anos sofriam de excesso de peso ou obesidade, número que tem aumentado nas últimas décadas.

Apesar de alguns recrutas, que não preenchem os requisitos de peso, serem considerados aptos – em 2016, 8% dos militares estava acima do peso ideal – este continua a ser um obstáculo para o recrutamento militar.

Outros critérios que levam à inaptidão estão relacionados com distúrbios mentais, como a esquizofrenia ou bipolaridade. Até mesmo um histórico de tratamento de ansiedade e depressão pode ser factor eliminatório. Apesar de um diagnóstico de saúde mental poder levar à inaptidão de um recruta, os militares têm acesso a terapia e tratamento se o diagnóstico tiver sido feito após a “admissão”.

Outro factor que tem aumentado os problemas de aptidão têm sido as regras pouco claras no que diz respeito a tatuagens.

Apesar de os vários ramos das forças armadas terem militares com tatuagens, os critérios que definem a aptidão/inaptidão dos candidatos ainda não estão bem definidos, e esta “incerteza” pode estar a impedir os jovens de se alistarem.

Em Junho, o Exército clarificou o que era permitido e, aparentemente, uma tatuagem em cada mão é admissível desde que não tenha mais de 2,5 cm de comprimento, e também está definido o que é permitido na parte de trás do pescoço e atrás das orelhas. Não obstante as tatuagens na face serem proibidas, a “arte corporal” é permitida desde que não seja visível acima da base do pescoço.

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