A inteligência artificial e o desafio de reinventar o trabalho e a educação

Vivemos numa era em que a inteligência artificial (IA) tem ganho espaço em todos os âmbitos das nossas vidas, desde as mais simples tarefas do dia-a-dia até aos desafios mais complexos com que nos deparamos. Uma das áreas onde a IA terá um impacto profundo é no contexto profissional e na educação, desafiando-nos a repensar a maneira como preparamos as novas gerações para o futuro.

 

Por Natacha Pereira, CEO da Lisbon Digital School

 

A IA será uma aliada na automatização de tarefas rotineiras e na criação de soluções inovadoras para problemas complexos. Porém, não podemos ignorar o facto de que, ao mesmo tempo, muitos empregos serão substituídos por máquinas inteligentes, aumentando a importância de desenvolver habilidades humanas que nos diferenciem. A capacidade de adaptação e aprendizagem contínua é, sem dúvida, uma das competências mais valiosas neste contexto.

Ou seja, é fundamental repensar a forma como as novas gerações são educadas. A educação tradicional, baseada na memorização e na transmissão de conhecimentos, já não é suficiente para preparar os jovens para o mercado de trabalho do século XXI. Devemos focar na promoção do pensamento crítico, da criatividade e da capacidade de solucionar problemas complexos, competências estas que as máquinas ainda não conseguem replicar.

A IA terá um papel preponderante na educação, onde vai ser utilizada como uma ferramenta para melhorar a qualidade do ensino e facilitar o acesso ao conhecimento. Através de algoritmos e análise de dados, é possível criar programas educativos personalizados, que se adaptam às necessidades e ao ritmo de aprendizagem de cada aluno. Desta forma, os professores podem focar-se em potencializar as competências individuais e desenvolver um ensino mais humanizado e personalizado.

No entanto, é fundamental que haja um equilíbrio entre a implementação da IA e a preservação das interacções humanas no processo educativo. Devemos abraçar a tecnologia sem nos deixarmos dominar por ela, garantindo que a empatia e a conexão emocional entre alunos e professores continuam a ser valorizadas.

Para enfrentar estes desafios, é essencial que os governos, as instituições de ensino e o sector privado trabalhem em conjunto, investindo na formação de profissionais especializados em IA e na implementação de programas educativos inovadores.

Em suma, a IA representa uma oportunidade de repensar a forma como trabalhamos e como educamos as futuras gerações. Devemos abraçar esta mudança com responsabilidade e visão, garantindo que a tecnologia seja usada de forma ética e em prol da melhoria da qualidade de vida das pessoas. Afinal, o verdadeiro potencial da IA só será alcançado se soubermos aproveitá-lo de forma equilibrada e consciente, promovendo uma sociedade mais justa, inclusiva e sustentável.

É nosso dever, enquanto indivíduos e comunidade, garantir que a IA seja utilizada como uma ferramenta para capacitar as pessoas e fomentar a cooperação e a inovação, em vez de aprofundar as desigualdades e a exclusão social. A educação e o trabalho são apenas dois exemplos de áreas em que a IA pode ser uma força transformadora positiva, desde que sejamos capazes de enfrentar os desafios e de nos adaptar a esta nova realidade. Não ignorá-la!

 

Este artigo foi publicado na edição de Abril (nº. 148) da Human Resources, nas bancas.

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