A revolução na personalização do posto de trabalho

Por Valter Ferreira – Marketeer, Economista do território, Inovador e Especialista em cidades humanas e inteligente

Hoje vou escrever sobre um tema que nem sempre ocupa os holofotes das notícias. A personalização do posto de trabalho, sendo um tema que não tem uma definição única, mas sim todas aquelas que pudemos encontrar na literatura e que enfatizam o “conforto”. Será a definição de “conforto” igual para todos?

Naturalmente que não! Por exemplo, para alguns o ambiente de trabalho confortável poderá ser um escritório privado, com uns auscultadores que isolam todo o barulho à sua volta. Para outros, a sua produtividade aumenta num ambiente “open office”, onde a troca de ideias é facilitada.

Mas mais do que “conforto” é também uma questão territorial e de marcação da individualidade de cada um.

Em sentido restrito, gosto de afirmar que a personalização do posto de trabalho é a capacidade do trabalhador tornar o espaço seu, isto é, de tornar um local onde goste de passar o seu tempo. É preciso lembrarmo-nos que em Portugal, durante a sua vida, uma pessoa passa quase 73 mil horas no posto de trabalho.

No seu estudo “Vison 2020 new way of working study”, a ISS indica que a personalização do posto de trabalho é importante, ou muito importante para 70% dos trabalhadores, números estes que vão ao encontro da corrente de psicólogos laborais, que defendem que a personalização do posto de trabalho tem impacto directo na produtividade, na eficiência e no bem-estar individual.

Para a satisfação e produtividade de um trabalhador, é essencial que este tenha o “controlo” do seu posto de trabalho, alavancando assim o seu sucesso pessoal e organizacional. Ainda que os trabalhos académicos mais recentes apontem no sentido do aumento da produtividade, as alterações introduzidas devido à situação pandémica que atravessamos, podem condicionar a personalização, especialmente motivado pelas reduções de custos e pela flexibilidade dos postos de trabalho.

Com estas modificações, os trabalhadores viram-se praticamente obrigados a criar o seu posto de trabalho perfeito, moldando em sua casa o posto conforme melhor lhes convinha, trabalhando em horários e ritmos diferentes dos tradicionais. E sem o tradicional pausa para café, foram “obrigados” a frequentar cafés virtuais nas diversas plataformas de trabalho remoto, muitas vezes com a personalização do fundo de ecrã, ou com o canto da sala mais “fotogénico”.

Como é que então pudemos encontrar o equilíbrio entre a redução de custos e a criação de postos de trabalho flexíveis pelas empresas por um lado, e por outro com a “exigência” de personalização por parte dos trabalhadores? Como referi anteriormente, as ferramentas de trabalho remoto podem fazer parte desta solução, mas gostava que os leitores embarcassem comigo nesta discussão aberta e partilha de ideias.

Ainda que a personalização do posto de trabalho possa gerar benefícios diferentes consoante a realidade de cada organização, penso que, de uma forma geral, pudemos afirmar que encoraja a produtividade, melhora a comunicação, cria cultura organizacional e acima de tudo (espero), motiva que os trabalhadores tenham vontade de regressar ao trabalho.

Termino com este desafio: Faça um teste à sua personalidade, gerando o seu guia pessoal de utilização, para que os outros possam aprender a melhor a maneira de lidar consigo: https://personaluserguide.com/test

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