Benefícios personalizados ultrapassam o salário à medida que os trabalhadores dão prioridade à flexibilidade

Os benefícios personalizados ultrapassam o salário à medida que os trabalhadores dão prioridade à flexibilidade.

O que é que as pessoas procuram num emprego e esperam do seu empregador? Esta é uma pergunta que as organizações que pretendem atrair os melhores talentos devem fazer. Para dar respostas, a Tiger Recruitment realizou um inquérito aos trabalhadores da cidade de Nova Iorque para identificar as suas preferências. Descobriu que a remuneração ainda é importante, mas os benefícios são ainda mais importantes, embora as pessoas raramente recebam o pacote que desejam.

Quando a Tiger Recruitment questionou 800 profissionais em funções de apoio às empresas, casas particulares, finanças e contabilidade, e RH, mais de metade (53%) afirmou que o pacote de benefícios foi o principal factor que os atraiu para o seu emprego actual. E será a sua principal prioridade quando procurarem o seu próximo emprego. O salário foi a segunda consideração mais importante (41%), seguido pelo compromisso do empregador com a diversidade, a equidade e a inclusão (37%). Então, como podem os empregadores responder a esta tendência crescente?

 

Mudança de prioridades
À primeira vista, é surpreendente que o salário não esteja no topo da lista de desejos das pessoas, principalmente num contexto de aumento dos custos. Contudo, o facto de termos acabado de sair de uma pandemia global explica, de certa forma, esta situação. O consultor de bem-estar no local de trabalho, Chivon John, afirma que a COVID-19 levou as pessoas a reflectirem sobre a sua relação com o trabalho, a reavaliar as suas prioridades e a dar mais ênfase à saúde física e mental.

 

As entidades patronais podem fazer melhor
As expectativas dos trabalhadores estão a ser satisfeitas? Raramente. Segundo a pesquisa da Tiger Recruitment, apenas um quinto dos trabalhadores está satisfeito com o seu actual pacote de benefícios, enquanto mais de um terço gostaria que o seu empregador adaptasse a sua oferta para responder aos desafios actuais. A subida em flecha dos custos dos alimentos, das rendas e da energia, em conjunto com os problemas de saúde mental provocados pela pandemia e as diferentes modalidades de trabalho, exigem uma nova abordagem.

O que é que isso significa? Três em cada 10 trabalhadores gostariam de receber um melhor apoio à saúde e ao bem-estar, enquanto 36% gostariam de receber ajuda para fazer face ao aumento do custo de vida. Porém, é mais provável que os trabalhadores valorizem benefícios flexíveis adaptados às suas necessidades (37%).

A importância da flexibilidade e da personalização foi posta em evidência pela pandemia. Esta mostrou que as pessoas têm circunstâncias e necessidades diferentes consoante a idade, a fase da vida e o regime de trabalho.

 

Rumo à personalização
Os programas de benefícios têm como objectivo melhorar a experiência do colaborador, e não existem dois regimes iguais – são tão individuais como a empresa e os colaboradores. É por isso que os empregadores que pretendem rever a sua estratégia de benefícios devem, em primeiro lugar, consultar os colaboradores. Como é que as pessoas avaliam os benefícios actuais e como podem ser melhorados? Que benefícios devem ser padrão e quais devem ser opcionais? Seguem-se as decisões sobre a forma de administrar e promover o esquema.

Criar e gerir um programa de benefícios flexíveis é fácil? Não, como admite Jessie Danyi, lead de pertença e impacto na Pleo: «Implica muito mais trabalho, tempo, recursos, comunicação e custos. Há muita complexidade envolvida.» Mas vale a pena o esforço? Sem dúvida.

 

Por: David Morel, fundador e CEO da Tiger Recruitment, Forbes

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