Carla Marques, Intelcia. Outsourcing como know-how especializado e time to market às variações da economia mundial
Na análise aos resultados da 52.ª edição do Barómetro da Human Resources, Carla Marques, CEO da Intelcia Portugal, defende que «o outsourcing surge como uma ferramenta onde as empresas procuram know-how especializado integrado com inovação e tecnologia, por forma a obter agilidade e time to market às variações da economia mundial».
«Neste 52.º Barómetro, fomos desafiados a olhar para a influência da inteligência artificial (IA) como potenciadora de emprego. 45% dos inquiridos indicam que existe um equilíbrio entre a criação ou destruição de emprego causado pela IA e 53% afirmam que, nas suas empresas, a sua utilização está a aumentar em tarefas antes feitas por humanos. Na verdade, a IA poderá ser aplicada em tarefas mais transaccionais, e a componente humana sairá reforçada, com a empatia e inteligência emocional.
Considero que a IA tem o potencial de criar novos empregos, impulsionar o crescimento económico e melhorar a eficiência e produtividade em muitos sectores. A sua influência sobre o emprego dependerá de uma série de factores, incluindo políticas governamentais e investimentos em upskilling e reskilling por parte das empresas.
Com especial satisfação, constato que 77% dos respondentes afirmam que recorrem ao outsourcing. Reflexo de que muitas empresas nacionais reconhecem no outsourcing uma vantagem competitiva, especialmente num contexto em que a procura de eficiências e de especialização é prioritária em praticamente todos os sectores.
O outsourcing surge como uma ferramenta onde as empresas procuram know-how especializado integrado com inovação e tecnologia, por forma a obter agilidade e time to market às variações da economia mundial.
O absentismo e o turnover são duas métricas importantes que as empresas acompanham diariamente para avaliar a saúde e a eficiência da sua força de trabalho. Na resposta colocada sobre o nível de absentismo e turnover nas empresas, mais de 85% dos inquiridos referem que é aceitável ou mesmo nada preocupante. Esta taxa elevada, na minha opinião, poderá estar algo empolada. No nosso tecido empresarial, temos consciência da necessidade de desenvolver mais e melhores acções de bem-estar dos colaboradores para a criação de um ambiente de trabalho saudável e motivador e no desenvolvimento e gestão de carreira e de talentos.
Ambos os indicadores são cruciais para o sucesso a longo prazo, e acompanhá-los regularmente representa um barómetro para a antecipação de problemas potenciais e a
implementação de estratégias para melhorar o engagement e a retenção de talentos.»
Este testemunho foi publicado na edição de Abril (nº.160) da Human Resources, no âmbito da LI edição do seu Barómetro.
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