Carla Marques, Intelcia Portugal: A solução está (como sempre esteve) em investir nas pessoas

Carla Marques, CEO da Intelcia Portugal, destaca que «a solução está, como sempre esteve, em investir nas pessoas, por isso estas reformas devem ser contínuas e baseadas numa constante avaliação das necessidades e expectativas, focadas na criação de ambientes de trabalho mais flexíveis, inclusivos».

 

«Neste 53.º barómetro, o meu destaque vai para a reflexão que fomos desafiados a fazer sobre a necessidade de o mundo da Gestão de Pessoas em Portugal necessitar de outras reformas. 100% dos inquiridos indicam que sim, 62% referem que estas reformas carecem de ser feitas quer no sector privado como no público, sendo a restante percentagem distribuída de igual forma entre os que consideram que as reformas devem ser feitas no sector privado ou no sector público.

Este resultado esmagador reforça um consenso sobre a absoluta necessidade de mudança, e esta unanimidade deixa claro que ainda existem questões e desafios importantes que precisam de ser abordados.

Portugal, como muitos outros países, tem enfrentado mudanças rápidas no mercado de trabalho, impulsionadas por factores como a globalização, a digitalização e as mudanças demográficas. Essas transformações criam novas exigências e expectativas, tanto para o sector privado como público.

A globalização trouxe consigo um mercado de trabalho mais competitivo e interconectado. As empresas portuguesas competem com empresas de todo o mundo, e a Gestão de Pessoas necessita de se ajustar para esta realidade.

A digitalização está a transformar todos os sectores, criando novas oportunidades, mas também desafios. Se por um lado, existe uma crescente procura de competências digitais, por outro, existe uma necessidade urgente de requalificação significativa da força de trabalho.

As mudanças demográficas, como o envelhecimento da população, trazem desafios adicionais. As empresas precisam de criar estratégias para lidar com uma força de trabalho envelhecida, mas atrair e reter talentos jovens também é crucial para garantir um fluxo constante de inovação e dinamismo.

Sem deixar de lado a necessidade de reforço de políticas que promovam a diversidade e a inclusão no local de trabalho, que garantam a igualdade de oportunidades para todos, independentemente de género, raça, idade ou orientação sexual, e o contínuo investimento em programas de saúde e bem-estar, que abordem tanto a saúde física como mental.

A solução está, como sempre esteve, em investir nas pessoas, por isso considero que estas reformas devem ser contínuas e baseadas numa constante avaliação das necessidades e expectativas, focadas na criação de ambientes de trabalho mais flexíveis, inclusivos e que promovam o desenvolvimento contínuo e a inovação, e mantenham a competitividade de Portugal.»

 

Este testemunho foi publicado na edição de Junho (nº.162) da Human Resources, no âmbito da LIII edição do seu Barómetro.

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