Carla Marques, Intelcia Portugal. Propósito: um tema fulcral para as organizações

Na análise aos resultados da 51.ª edição do Barómetro da Human Resources, Carla Marques, CEO da Intelcia Portugal, defende que «o propósito é fundamental tanto para os stakeholders externos quanto para os colaboradores, pois promove a confiança, o compromisso, a atracção e retenção de talentos, e uma tomada de decisão ética na empresa, em todos os níveis da organização e nas suas interacções com o mundo exterior».

 

«Neste primeiro Barómetro de 2024, é abordado um tema fulcral para as organizações, a existência de um propósito claro nas empresas e o seu impacto no sucesso e sustentabilidade. Uma bússola moral, orientadora da estratégia, promotora de engagement e criadora de valor, tanto para a empresa quanto para a sociedade. Assim, 85% dos inquiridos afirmam que a sua empresa tem já um propósito claramente definido e 63% confirmam que os colaboradores conhecem o propósito da empresa, demonstrando o reconhecimento da importância do propósito na cultura empresarial e no sucesso a longo prazo.

Uns expressivos 78% sustentam a resposta de que o propósito da empresa é importante para os stakeholders externos, mas mais para os colaboradores. Na minha opinião, o propósito é fundamental tanto para os stakeholders externos quanto para os colaboradores, pois promove a confiança, o compromisso, a atracção e retenção de talentos, e uma tomada de decisão ética na empresa, em todos os níveis da organização e nas suas interacções com o mundo exterior.

Outro dos temas abordados é o da qualificação e requalificação, em que 52% indicam que é uma prioridade para os profissionais, mas mais para as empresas, e apenas 8% respondem que não é uma prioridade.

Sendo um tema tão prioritário e amplamente falado, com alguma surpresa constato que mais de 70% dos respondentes referem ter nas suas empresas colaboradores com competências para responder de forma mais eficiente e eficaz aos desafios do negócio.

Por outro lado, 74% indicam que a produtividade é um problema em Portugal, o que representa, de certa forma, um contra-senso. Se a maioria das pessoas reconhece que a produtividade em Portugal é um problema, as questões relacionadas com eficiência no trabalho, investimento em tecnologia e desenvolvimento de competências têm de estar no topo das prioridades de todos. Requer um exercício de auto-análise profunda e consciente dentro das empresas, uma reflexão crítica sobre os processos, práticas e cultura organizacional, bem como um compromisso com a melhoria contínua, para desenvolver uma cultura de excelência e inovação que impulsione a produtividade a longo prazo.»

 

Este testemunho foi publicado na edição de Fevereiro (nº.158) da Human Resources, no âmbito da LI edição do seu Barómetro.

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