Carta aberta às novas gerações

Por Joana Russinho, People Enthusiast, head of Human Resources

 

Querida Geração Z (e outras?),

Felizmente tenho conhecido e privado com muitos de vós, os quais, de uma forma ou de outra, partilham as mesmas inquietações sobre o trabalho. Porque talvez escrevendo possa chegar a mais pessoas, aproveito este canal para deixar-vos algumas dicas:

Não subestimem a importância de serem autênticos. As mudanças acontecem e as tendências vão e vêm – ser fiel ao que somos, e não ao que os outros esperam que sejamos, é fulcral. Deixem que os vossos valores orientem as vossas escolhas profissionais e pessoais, e procurem empresas que estejam alinhadas com esses valores. Além de serem autênticos, é crucial que também se conheçam bem. Explorem o autoconhecimento.

Don’t: Moldar a personalidade/comportamentos para agradar a terceiros!

 

O mercado de trabalho está em permanente evolução, e a capacidade de aprender e de nos adaptarmos é essencial. Invistam no vosso desenvolvimento contínuo. Leiam muito. Conversem mais. Cursos online, workshops e experiências práticas são hoje de fácil acesso, para além de que permitem expandir conhecimentos.

Don’t: Recusar aprender ou a aceitar feedback!

 

Vocês são nativos digitais, cresceram com a tecnologia. Usem essa familiaridade para impulsionar a inovação e a criatividade nas vossas áreas de actuação. Não tenham receio de questionar o status quo e procurar alternativas. Mas, cuidado com o escudo dos ecrãs – encontrem um equilíbrio saudável entre o uso dos mesmos e a interacção pessoal.

Don’t: Esquecer a importância das relações humanas genuínas

 

Todos os caminhos profissionais são feitos de desafios e indecisões. A resiliência e a capacidade de adaptação são cruciais. Encarem cada desafio como uma oportunidade de crescimento e de aprendizagem. Não vão acertar à primeira. Vão errar, e está tudo bem. Faz parte. A forma como respondem ao erro e à adversidade vai definir o vosso carácter e determinar, também, o vosso sucesso.

Don’t: Apontar o dedo e não assumir responsabilidades!

 

Se nos distraímos, a vida engole-nos. No meio dos sonhos e ambições, lembrem-se de priorizar a vossa saúde e o bem-estar. O equilíbrio entre vida profissional e pessoal não é apenas desejável, mas necessário para uma carreira sustentável. Cuidem-se e cuidem de quem está à vossa volta. O tempo não volta atrás.

Don’t: Descurar o sono, a alimentação ou o tempo com a família e amigos!

 

Abracem a diversidade e a inclusão em todas as suas formas. Valorizem perspectivas e culturas distintas, e sejam defensores de um ambiente de trabalho que respeite essas diferenças. Ajam e não se fiquem pelos discursos bonitos. Se não é na complementaridade da diversidade que nos encontramos, então não sei onde será.

Don’t: Ignorar ou minimizar outros mundos!

 

Vocês têm a capacidade e a responsabilidade de fazer a diferença. Procurem oportunidades que possibilitem causar um impacto positivo na sociedade e no meio ambiente. Empresas e projectos que priorizam a sustentabilidade e a responsabilidade social vão ser aliciantes, mas não se esqueçam do outro lado da moeda, para que vos levem a sério – tudo tem um custo.

Don’t: Propor ideias inviáveis e sem sustentação!

 

Construam e cultivem redes de apoio. É tão importante! Mentores, professores, colegas e líderes são fontes muito valiosas de orientação e de inspiração. Ninguém tem em si todas as verdades do mundo – procurem conselhos e aprendam com as experiências dos outros. De igual forma estejam dispostos a partilhar o vosso conhecimento e apoiar os que convosco trabalham.

Don’t: Ignorar redes profissionais ou subestimar o trabalho em equipa!

 

Lembrem-se que cada pessoa tem uma história de vida. Sejam simpáticos, saúdem, agradeçam, peçam desculpa. Tenham iniciativa, curiosidade, sejam empáticos e pensem como gostam de ser tratados. Comportamento gera comportamento e por vezes, o colega que nunca diz bom dia, passa a ser o primeiro a fazê-lo.

Don’t: Ignorar sentimentos/necessidades ou agir de forma insensível/arrogante

 

Hoje fico por aqui. Aguardo as vossas considerações!

Um beijinho,

Joana

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