Catarina Azevedo, KPMG: Baixa produtividade: se o problema não é falta de competências, qual é?

Na análise aos resultados da 51.ª edição do Barómetro da Human Resources, Catarina Azevedo, People and Culture director da KPMG, faz notar que «quando os colaboradores não entendem claramente o propósito de seu trabalho e como ele contribui para os objectivos mais amplos da empresa, é natural que a sua motivação e compromisso diminuam e que não se foquem na geração de valor. Além disso, a falta de empowerment e accountability também pode contribuir para a baixa produtividade».

 

«Na procura pela eficiência, a produtividade é um elemento-chave que muitas empresas lutam para optimizar. Prova disso é um dos resultados deste último Barómetro, em que 74% das respostas indicam que a produtividade continua a ser um problema nas empresas nacionais. É comum encontrar ambientes de trabalho onde a produtividade está aquém do esperado, mesmo com recursos e talento disponíveis. Aliás, os dados do estudo deste mês são elucidativos: por um lado, assume-se a falta de produtividade, mas por outro, refere-se que a maioria dos colaboradores tem as competências certas para responder aos desafios actuais (44%).

A que se deve então este problema de produtividade? Um factor frequentemente subestimado nesse contexto é a falta de clareza, foco e propósito dentro da empresa. Quando os colaboradores não entendem claramente o propósito de seu trabalho e como ele contribui para os objectivos mais amplos da empresa, é natural que a sua motivação e compromisso diminuam e que não se foquem na geração de valor.

Além disso, a falta de empowerment e accountability também pode contribuir para a baixa produtividade. Muitas empresas têm ainda um estilo de gestão de “comand & control”, onde todas as decisões importantes são tomadas de forma centralizada. Sempre que os colaboradores sentem que têm capacidade de influenciar os resultados, estão mais inclinados a assumir ownership do seu trabalho e a procurarem soluções inovadoras. Se nos focarmos nestes vários aspectos, as empresas conseguirão construir equipas mais motivadas, inovadoras e comprometidas. Esse é o caminho.»

 

Este testemunho foi publicado na edição de Fevereiro (nº.158) da Human Resources, no âmbito da LI edição do seu Barómetro.

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