CHRLY: Mudar as regras do jogo no recrutamento

A CHRLY é a primeira corporate startup da Fujitsu Portugal, totalmente dedicada à captação de talento tech. Foi introduzida em Abril de 2023, mas prepara-se para “revolucionar” o recrutamento de Tech Talent em Portugal.

 

Tendo na sua génese os mais de 80 anos de experiência a nível mundial e mais de 40 anos a nível nacional da Fujitsu, a CHRLY possui um vasto know how do sector das TI, apostando na diferença pelo seu vasto conhecimento do recrutamento de tech talent. «Pensamos que a CHRLY vem mudar as regras do jogo no recrutamento tech, porque o objectivo é que o talento tech seja integrado em missões tech, mas também responda a desafios de áreas de inovação ou negócio, que querem acelerar o seu contexto digital e aceder a este talento», refere Susana Soares, managing director da CHRLY.

Procurando despertar nas empresas uma forma de colaboração mais aberta, potenciando o trabalho em equipa, a CHRLY investe em diversas valências, para assegurar que os seus colaboradores são integrados nos desafios profissionais que mais se enquadram com as suas hard e soft skills. «Vamos contribuir para atrair e reter talento tech em Portugal, criando um ecossistema de aprendizagem contínua, que envolve as empresas e universidades, valorizando sempre o empreendedorismo e inovação», acrescenta.

Num sector em acelerada transformação, e tendo em conta a concorrência internacional, a CHRLY considera que, em termos de gestão de pessoas, é necessário dar resposta às exigências do mercado. «Esta geração de profissionais das tecnologias procura aprendizagem e desenvolvimento constantes, que os desafiem, equilíbrio entre a vida pessoal/ profissional dado o novo paradigma do teletrabalho, mas também a possibilidade de trabalhar em equipa, em Squads que se apoiam e crescem juntas, com respeito pela diversidade e inclusão, e esses valores estão no ADN da CHRLY», reflecte Susana Soares.

Actualmente, mais de 80% dos empregadores portugueses tem dificuldade em recrutar talento qualificado. Nesse sentido, a CHRLY considera que o foco no talento tech advém não só da experiência que a empresa-mãe já tinha neste sector, mas também de alguns estudos que comprovam a dificuldade no processo de recrutamento e gestão de talento tech em todo o mundo. «Portugal é tido como o segundo país do mundo onde os empregadores locais têm mais dificuldade na contratação, estando apenas abaixo de Taiwan.

Por outro lado, há uma enorme oportunidade para quem quer iniciar ou desenvolver uma carreira tech. Estudos recentes sobre o mercado de trabalho em Portugal revelam que, em 2022, os salários reais dos jovens com ensino superior caíram 6%. Já a média salarial nas áreas tech, aumentou 37%», aponta a responsável. Sendo assim, é possível afirmar que empresas mais digitais pagam melhores salários e tendem a ser mais produtivas. Segundo Susana Soares, existe um contributo importante destas empresas para a economia, na geração de novos empregos tech, acrescentando que, ao nível das áreas específicas das TI, a CHRLY irá «apostar nas valências mais procuradas e com maior escassez de recursos no nosso país, nomeadamente Cibersegurança, Multi Cloud, Process Automation e Data Analytics, entre outras».

 

Aprendizagem contínua
Do lado dos colaboradores, o contexto também mudou. É cada vez mais importante para o trabalhador um alinhamento com os valores da empresa e o equilíbrio da sua vida pessoal e profissional, mas também um maior aproveitamento das suas skills técnicas e dos seus interesses. «Além das competências técnicas, a escolha de uma carreira profissional na área tecnológica deve apontar para a integração em desafios profissionais que mais se enquadrem com as skills de cada um, porque acreditamos num processo de aprendizagem contínuo dentro das organizações », alerta Susana Soares, avançando que na CHRLY existem diversas ferramentas que contribuem para manter os colaboradores integrados e alinhados com os valores e objectivos da empresa. «Oferecemos um starter kit de tech talento, que consiste num treino contínuo para identificar desafios de negócios relevantes e a possibilidade de colaborar para resolver missões CHRLY em conjunto, o acesso a Tech Communities e mentoring. Além disso, iremos disponibilizar o Career Design Coach, para os ajudar a definir a que projectos ou áreas querem chegar e como», sublinha a profissional.

Apostando numa mentalidade de inovação e empreendedorismo que já está enraizada em muitos dos profissionais das tecnologias da nova geração, que procuram aprendizagem e desenvolvimento constantes, que os desafiem, um equilíbrio saudável entre a vida pessoal/ profissional dado o novo paradigma do teletrabalho, a CHRLY potencia ainda mais esta visão através da ligação entre Academia e startups, para os ajudar a definir o melhor rumo profissional.

Segundo o Ranking da Competitividade Mundial, Portugal ocupava, em Dezembro de 2022, a 24.ª posição no que se refere à competitividade do talento, enquanto que na atractividade do país (para o talento local), ocupava o 40.º lugar (de 63), numa lista liderada pela Suíça, Suécia e Islândia. «As competências nacionais são interessantes para os empregadores internacionais, mas a dificuldade em atrair talentos para as empresas que actuam em território nacional é maior. Na área tech, esta situação é absolutamente clara quando cerca de 20% do nosso talento já trabalha remotamente, para empresas localizadas fora de Portugal», destaca a managing director da CHRLY, levando o foco para outro ponto: «Numa altura em que praticamente todos os sectores procuram acelerar as suas competências digitais, algo tem de mudar. A recomendação deste estudo vai no sentido de Portugal criar uma estratégia nacional de inovação e empreendedorismo que ajude não à competitividade e à atractividade das empresas».

Nessa linha, a CHRLY admite que está a olhar para esta dimensão, procurando «estimular este debate numa comunidade mais alargada, para que empresas, ecossistema e academia se possam unir à volta deste desafio partilhado e ponderar novas formas de competição, em vez de apenas competirem directamente pelo mesmo talento tech. Para isso, é preciso desenvolver uma mentalidade de Inovação mais aberta», resume a também directora de Marketing da Fujitsu.

 

Trabalho do futuro
Cerca de 90% dos profissionais do sector das tech trabalham actualmente em regime 100% remoto ou híbrido, um paradigma que já estava a mudar antes da pandemia, mas que se intensificou e normalizou. Que mecanismos podem, então, ser criados para fortalecer o engagement dos colaboradores com as empresas num contexto de trabalho híbrido? Susana Soares responde com outras questões: «Mais do que a localização, importa o como e o porquê. Porque é que, enquanto talento tech, quero integrar um projecto e não outro, qual o impacto que estou a ter na organização, que papel posso desempenhar? Sinto que a minha equipa faz a diferença? Como é que vou ser apoiado no meu desenvolvimento? Tenho pares e comunidades de interesse, que me fazem crescer como profissional?». É, por esse motivo que, e de acordo com a mesma responsável, a CHRLY procura pessoas de diferentes locais, origens e estilos de vida, ajudando a desenvolver as suas capacidades empreendedoras e mente criativa, para causar um maior impacto nas organizações e na sua vida.

Para o futuro, Susana Soares acredita que a CHRLY vai efectivamente mudar as regras do recrutamento tech em Portugal, contribuindo para moldar aquele que será o trabalho do futuro, assente nos próprios valores defendidos pela CHRLY para enfrentar e superar os desafios da sociedade. «Ter a capacidade de empreender e inovar, capacidade de trabalhar com equipas multidisciplinares, procurar manter um elevado ritmo de aprendizagem e desenvolvimento, sem esquecer o respeito pela diversidade, são pilares que devem orientar não apenas os colaboradores da CHRLY mas todos aqueles que pretendem contribuir para uma sociedade mais justa e inclusiva». A managing director da CHRLY vai mais longe, lançando alguns projectos para o futuro: «Um dos objectivos que traçámos foi poder contribuir com 5% do revenue anual da nossa operação para, em conjunto com clientes, definir que iniciativas de diversidade e inclusão podemos apoiar através de quem já faz o caminho e tem como missão tornar as carreiras tech mais acessíveis», conclui.

 

Este artigo foi publicado na edição de Junho (nº.150) da Human Resources, nas bancas.

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