Colocar o “Verde” na Gestão de Pessoas

Por Valter Ferreira – Data Scientist, Marketeer, Economista do território, Inovador e Especialista em cidades humanas e inteligentes

Desafiado por uma leitora que me “acusava” de escrever muito sobre tecnologia e pouco de impacto na natureza e sustentabilidade ambiental, decidi hoje dedicar um artigo a escrever sobre aquilo que apelidei de Gestão de Pessoas “Verde”.
Quando as políticas de gestão de pessoas são utilizadas para estimular e suportar a utilização sustentável de recursos e preservar o ambiente natural estamos perante uma gestão de pessoas “verde”, onde o objetivo principal deve ser reduzir o potencial negativo do impacto que o consumo energético e a poluição têm na Natureza.
Esta prática “verde” envolve o desenvolvimento de iniciativas de recursos humanos amigas do ambiente que resultem em maior eficiência, menos custos e melhor envolvimento dos trabalhadores, assim como retenção dos melhores talentos, que por seu lado ajudarão a empresa a reduzir a pegada de carbono dos seus trabalhadores por introduzir medidas que estimulem a partilha de automóvel, teleconferências, teletrabalho, entrevistas virtuais, reciclagem, formação online, escritórios energeticamente eficientes, etc.
O foco deve então ser colocado no desenvolvimento, implementação e manutenção de todas atividades que visam comprometer os trabalhadores com objetivos de sustentabilidade. Este foco pode ir te coisas tão simples como promover as fotocopias frente e verso a mais complexas como assegurar comportamentos éticos e justos. Deste compromisso “verde” podem advir ganhos de motivação, envolvimento e confiança. Da pesquisa que fiz ainda não existem estudos que garantam ganhos de produtividade, mas existe um maior sentido de lealdade para com a organização, diminuindo o turnover.
Posto isto, o desenvolvimento de uma cultura organizacional tendo como pano de fundo a Gestão de Pessoas “Verde” deve estar na mente de todos os gestores. Desenvolver uma cultura “verde” pode afetar o comportamento dos trabalhadores e introduzir novos valores para construir uma nova cultura interna, passando inclusive pela incorporação das práticas “verdes” nos processos de recursos humanos tais como recrutamento, formação, processamento de salários, etc.
Estratégias de sustentabilidade têm tido um crescimento rápido devido à resposta de muitas empresas às alterações climáticas. O setor privado tem aqui um papel fundamental. Para se ter sucesso na adoção de uma gestão de pessoas “verde” é essencial uma abordagem top-down. Contudo, nem tudo é fácil, e existem algumas desvantagens em adotar este tipo de políticas, como por exemplo o custo inicial, apatia e relutância de alguns trabalhadores, entre outros.
A implementação de um sistema de recrutamento e seleção, de um sistema avaliação de performance e formação assente em iniciativas de gestão “verde” têm importância basilar para o desenvolvimento de inovações ambientais. Visto, também, pelo prisma dos consumidores, estes, atualmente, procuram produtos de empresas que adotem comportamento ambientais de excelência. É evidente que a gestão de pessoas “verde” potencialmente tem benefícios tanto para empresas como para os trabalhadores, e principalmente para o planeta.
Em suma, adotar uma política de gestão de pessoas “verde” irá ajudar as empresas a tornarem-se mais confortáveis e orgulhosos do impacto que os seus recursos humanos, físicos e financeiro terão. Ainda mais, irá apoiar a inovação empresarial e alavancar novos procedimentos e produtos.