Companhias aéreas com resultados positivos pela primeira vez desde 2019
Após as dificuldades causada pela pandemia, a recuperação do tráfego aéreo está a levar as companhias a regressarem a resultados positivos, no segundo trimestre, pela primeira vez desde o Verão de 2019.
Chegado o momento de prestar contas, terminado o primeiro semestre, várias companhias aéreas revelaram o impacto positivo de uma forte recuperação do tráfego, sobretudo entre Abril e Junho.
A Air France-KLM anunciou um lucro de 324 milhões de euros no segundo trimestre do ano, o primeiro resultado positivo desde o Verão de 2019. A companhia aérea franco-holandesa que, durante a pandemia perdeu receitas na ordem dos 11.000 milhões de euros, viu a sua actividade retomar nos últimos meses, com as receitas a aumentarem para 6.700 milhões de euros, mais 143,9% que no mesmo período do ano anterior. No segundo trimestre do ano passado, o prejuízo havia alcançado os 2.137 milhões de euros.
O International Airlines Group (IAG), que inclui a britânica British Ariways e a espanhola Iberia, registou um lucro de 293 milhões de euros no segundo trimestre, comparativamente ao prejuízo de 967 milhões de euros no mesmo período de 2021. Em termos semestrais, o grupo registou um prejuízo de 654 milhões de euros, um terço das perdas registadas no mesmo período de 2021.
Os lucros do grupo alemão Lufthansa totalizaram os 259 milhões de euros no trimestre em causa, contra uma perda de 756 milhões de euros um ano antes. Ainda assim, no primeiro semestre foi registada uma perda líquida de 325 milhões de euros, 82% abaixo do valor do período homólogo, na sequência de um aumento das receitas.
Nos Estados Unidos, a United Airlines anunciou o regresso aos lucros no segundo trimestre de 2022, mas, segundo os analistas, aquém das expectativas devido em grande parte ao aumento dos preços dos combustíveis. A empresa apresentou lucros de cerca de 322,8 milhões de euros, entre abril e junho, comparados com prejuízos de 1,3 mil milhões de euros no primeiro trimestre. A United Airlines teve receitas de 11,9 mil milhões de euros, o valor mais elevado de sempre para a companhia aérea num segundo trimestre, 9% acima do registado antes da pandemia.
Já em Portugal, o grupo SATA, que integra a SATA Air Açores e a Azores Airlines, reportou receitas consolidadas de 107,9 milhões de euros no primeiro semestre, o que representa um crescimento de 51,4% em relação ao período homólogo de 2021 e de 15,2% em relação ao de 2019. Este valor «passa a constituir o melhor primeiro semestre em termos de receita desde que há registos consolidados», revela a companhia aérea açoriana.
Apesar de ainda não ter apresentado os resultados do primeiro semestes – o que deverá acontecer este mês-, a TAP SA reduziu os prejuízos para 493,1 milhões de euros no primeiro semestre de 2021, o que representou uma recuperação de 15,3%, ou 88 milhões de euros, face aos resultados negativos de 582 milhões de euros do período homólogo de 2020.
Segundo o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, o plano de reestruturação da TAP prevê um prejuízo este ano e atingir lucro em 2025. «O que está previsto é que haja um prejuízo em 2022 de 54 milhões de euros […] tal como está previsto em 2023 a TAP atingir o equilíbrio operacional e em 2025 ter lucro», afirmou o governante, em Maio, numa audição na Assembleia da República.