Contra a escassez de talento, reinventar e inovar

O contributo da tecnologia e da inovação para a “candidate experience” e sua importância na captação e retenção de talento.

Por Tomás Cruz Rodrigues, Talent Acquisition Manager da PwC

 

Actualmente, vivemos um período bastante positivo no mercado de trabalho português, que se traduz num nível de empregabilidade elevado. As necessidades de recrutamento das empresas têm vindo a aumentar, sobretudo quando se fala de perfis altamente especializados.

As empresas ver-se-ão, cada vez mais, obrigadas a estar atentas, a rever e a potenciar o seu posicionamento no mercado, de forma a atrair o talento de que necessitam. Neste processo, é fundamental reinventar e inovar a forma como se comunica com os candidatos, apostando em novos canais e estratégias diferenciadoras, maioritariamente digitais, para a divulgação da marca e das oportunidades existentes.

Por outro lado, face à crescente escassez e à luta por talento, acredito que, internamente, as empresas terão que investir profundamente para conseguirem reter os seus talentos. Estes factores são preponderantes na motivação das pessoas.  No âmbito da formação e desenvolvimento, deve apostar­-se em plataformas online, similares a plataformas de streaming de conteúdos, onde as pessoas têm acesso a um elevado número de conteúdos formativos à distância de um clique, estando acessíveis em diferentes plataformas, na altura mais conveniente para cada uma delas.

Outro ponto fundamental é a evolução na forma de dar e receber feedback: implementámos recentemente uma aplicação que permite a todos os nossos colaboradores solicitarem feedback aos seus pares e superiores a qualquer instante.

Temos também apostado numa redefinição da nossa estratégia de recrutamento, passando por um rebranding da campanha de recrutamento anual, tornando-a mais digital e tecnológica, mas mantendo evidenciado o lado humano presente na nossa marca. A utilização de gamification e de realidade virtual é uma tendência crescente nas dinâmicas de grupo e entrevistas. Acredito que, para além da inovação associada, são elementos diferenciadores, capazes de poder proporcionar aos candidatos uma experiência distinta, envolvente e agradável, ao mesmo tempo que garante uma maior eficácia a encontrar o talento que melhor se adequa à cultura organizacional.

A tecnologia e a inovação têm permitido também tornar tarefas mais rotineiras, e normalmente menos motivadoras, em processos automatizados, através de RPA’s (Robotic Process Automation), o que permite aos colaboradores realizarem tarefas mais desafiantes e estimulantes, podendo inclusivamente acrescentar maior valor aos projetos e clientes.

A flexibilidade é também um ponto importante na retenção de talento, principalmente quando falamos das gerações mais novas: um local de trabalho modernizado e cada vez mais adequado aos colaboradores e às suas necessidades, a possibilidade de os colaboradores trabalharem a partir de casa, sempre que essa situação se revele exequível, o dress code flexível e adequado à ocasião.

Uma coisa é certa, a atracção e retenção de talento é cada vez mais crítica para as organizações. E, assim, têm que dar resposta àquilo que são as suas expectativas.

 

 

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